Luanda - Em jornalismo o tratamento que o Jornal de Angola deu na sua edição desta terça-feira ao discurso de Isaías Samakuva eu chamaria um estardalhaço sem qualquer conteúdo, se de facto estivermos apenas a navegar em águas profissionais.


Fonte: Morrodamaianga.com

“Não se entende  a necessidade de hostilizar desta forma”

O oficioso matutino chamou e muito bem a matéria para a capa, porque de facto e tendo em conta a sua importância política, não tinha outra alternativa do ponto de vista da valorização editorial.


A esta decisão acertada seguiu-se de imediato um ataque desferido contra o líder da UNITA sem qualquer fundamento e que apenas serviu para encobrir o conteúdo da mensagem de Samakuva.


Em nosso entender, não faz qualquer sentido dar-se o título que se deu a matéria sobre a intervenção de IS, a não ser que estejamos imbuídos de outros propósitos, que não têm nada a ver com a actividade jornalística propriamente dita.


Pelo que se sabe, IS não convidou os jornalistas para uma conferência de imprensa, tendo o pedido de cobertura sido específico.


Não havia por isso da sua parte nenhuma obrigação em responder a perguntas, o que não quer dizer que não o pudesse fazer.


Não se entende por isso (e por muito mais) que o JA tenha colocado tanto fel na sua manchete contra Samakuva, dando claramente a entender que o político cometeu uma falha grave com os jornalistas, o que parece não corresponder à verdade.


Não se entende igualmente que o JA tenha dito que teria sido mais prático e correcto que o texto do discurso de IS fosse enviado às redacções.


Como se sabe, a Televisão e a Rádio precisam de imagem e de som para poderem trabalhar, o que no caso concreto só seria possível estando no local do acontecimento.


Enfim, e uma vez mais do ponto de vista jornalístico, não se entende qual foi a necessidade do JA hostilizar desta forma Isaías Samakuva e a UNITA.