Luanda – A chefe de Secção de Fiscalização e Comercialização da Inspecção Geral da Saúde, Júlia Simão, disse na última terça-feira, em Luanda, que têm entrado muitos medicamentos duvidosos no país, o que constitui uma preocupação para todos os angolanos. Segundo a fonte, consta da lista dos medicamentos suspeitos, exadon, metazol, aspirina, aspirin, HBB10, sumat-A forte, tanzol, coartem, grisoline, insect-killer, zentel, poska, shalap e moxyllw entre outros, normalmente provenientes de países como a China, Índia, Malásia, República Democrática do Congo e outros.

Fonte: Angop

Em declarações feitas à margem da formação sobre o manuseio dos mini-laboratórios de controlo da qualidade de medicamentos, que decorre de 22 a 26 deste mês, a responsável frisou que têm feito retenções de alguns medicamentos que constituem problema para a saúde humana, mas a falta de laboratórios tem criado muitas dificuldades para o controlo da qualidade dos produtos que são introduzidos no país.

Disse que para fazer face a este problema tem-se enviado para Portugal, junto da entidade que regula os medicamentos naquele país, as amostras dos produtos suspeitos, mas este processo tem demorado muito tempo para obter resultados.

Informou que  foram entregues  10 mini-laboratórios que  vão permitir que se façam testes simples, rápidos e seguros dos produtos, permitindo ter certeza do controlo da qualidade dos medicamentos vendidos no mercado angolano. Referiu que um dos principais problemas é a falsa rotulagem de produtos de contrafacção e medicamentos deteriorados, acrescentando que só com laboratórios  pode-se determinar se podem ser comercializados ou inutilizados.

Disse que os medicamentos importados por algumas farmácias têm suscitado suspeitas, porque alguns produtos não vêm com prospectos escrito em língua portuguesa e compreensível para os utentes. Acrescentou igualmente, que muitas instituições não têm cumprido com as orientações estabelecidas por lei de cada país, exemplificando a lei angolana que diz que os prospectos têm que estar em língua oficial, neste caso o português e com informações e prescrição correcta.

Disse que estes 10 mini-laboratórios vão numa primeira fase para as províncias fronteiriças e portuárias, pelo facto de serem as províncias onde entram mais estes produtos, como Cabinda e Soyo e porto seco do Cunene e Namibe, devido as fronteiras. Sublinhou que espera que esta formação seja frutífera, de modo que os especialistas tenham melhores resultados para fazer face ao combate deste fenómeno e para desencorajar os importadores que introduzem os falsos medicamentos no país.

Acrescentou que a Inspecção Geral da Saúde (IGS) tem como objectivo estratégico, elevar o nível de cumprimento da legislação em vigor em todo o sistema nacional de saúde, melhorar os sistemas e procedimentos inspectivos, desenvolver uma actuação proactiva da IGS na inspecção e fiscalização, incrementar o grau de cumprimento de normas médicas, de enfermagem e técnicas, bem como o respeito pelo regulamento sanitário nacional e internacional.

A Inspecção Geral da Saúde tem por missão assegurar a fiscalização do funcionamento dos serviços do sistema nacional de saúde, em especial no que se refere à legalidade dos actos, eficiência e rendimento dos serviços, bem como auxiliar o Estado na promoção do acesso à saúde, garantindo o direito à assistência médica e sanitária a toda a população do país.