Luanda – As sociedades modernas são autênticos cemitérios para a gramática, onde a semântica foi sepultada a 20 metros de ignorância, a Morfologia jogada na vala comum e a Sintaxe esquecida na Morgue completamente ensanguentada pelo advérbio de tempo que transformou os sujeitos em complemento directo de um predicado que é o “mal falar”.

Fonte: Club-k.net

As modernas sociedades funcionam como grandes indústrias, onde se produzem cidadãos despreocupados com a língua (escrita e oral), mas extremamente infectados pelo vírus do consumismo. O produto das sociedades contemporâneas são indivíduos exaustivamente vaidosos, autênticos consumidores de inutilidades, amantes da TV e divorciados dos livros.

O ser humano actual é estéril de ideias, é um sujeito passivo no contexto humanitário.
O diálogo é uma prancha para mergulhar no oceano das palavras e conhecer a magia da comunicação, é uma ferramenta humanamente instigante e excentricamente sociável que permite-nos conhecer novos personagens nas avenidas da existência.

Cultivemos o diálogo no nosso dia-a-dia, é um remédio eficaz contra os males da “arrogância”.
Arrogância é o palco onde aprisionamos a nossa inteligência e libertamos nossa estupidez, com ela, mutilamos nossa maneira de agir e reagir formatando nossas ideias com o prisma do egolatrismo. Ela também (a arrogância) é a tinta pela qual nos pintamos como deuses da verdade e príncipes da razão, quando fundo não passamos de Reis da burrice.

Espero que tu (caro leitor), não manches os pilares da tua personalidade na lama da arrogância nem mergulhes a tua paisagem existencial no pântano da intolerância. Pelo contrário, espero que cultives diálogos férteis no campo da liberdade de expressão e, que promovas ideias inovadoramente saudáveis nos anfiteatros da diversidade de opiniões.

INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS PARA O FALECIMENTO GRAMATICAL

Actualmente, tenho a sensação, que a humanidade viaja em um comboio descarrilado, movido pela inércia do consumismo e programado para estagnar na super dependência da internet, propiciando o “sedentarismo virtual no comodismo das redes sociais”, e a Angolanidade encontra-se soterrada, no último vagão, esquecida nos calabouços das nossas lembranças e sem Ngangula na bagagem importamos Heróis estrangeiros (Capitão América e Mulher Maravilha) para edificar o carácter dos nossos educandos.

O sedentarismo virtual no comodismo das redes sócias é prática reiterada no mundo contemporâneo, ao mesmo tempo constitui uma grande ameaça no que tange a forma de interacção da humanidade, o sedentarismo virtual rompeu os pilares do diálogo, o virtualismos cria e alimenta inúmeros monstros por detrás dos monitores, autênticos sociopatas disfarçados pelo retrato furtado.

O mundo virtual também é responsável por segregar a humanidade, separando o homem do contacto directo com o seu semelhante, transformando cada computador em uma ilha na qual os seus habitantes são seres estupidamente inseguros e amargamente ansiosos, que não sabem lidar com as sensações humanas, estão psico-adaptados a viver no mundo virtual, acostumados a navegar nas redes ilusão e destinados a fracassar nas avenidas realidade.

O comodismo viciante das redes sócias deve constituir a parte acessória do nosso modo de caminhar pela existência. A Parte principal deve ser aproveitada para se esquentar no calor das sensações reais que a humanidade nos oferece, para se deliciar na ternura das inesperadas amizades conquistadas na batalha dos desencontros e marcadas pela longevidade na confiança.