Lubango - Começou no Lubango o julgamento de um dos mais mediáticos casos ocorridos em 2012, que envolve Tchilongo José, oficial da Polícia Nacional, que em Junho matou a tiro  a sua própria esposa de nome Olívia Chaves. Nesta quarta-feira, 31, cumpriu-se o segundo dia da sessão de julgamento com os depoimentos perante o juiz dos declarantes, depois de já o terem feito o réu e testemunhas arrolados no processo.

Fonte: VOA

Na primeira audiência, Tchilongo José, que antes do acto atendia pelo comando da 2ª Esquadra da polícia do Lubango, admitiu a autoria do crime e evocou razões passionais, alegando perante o juiz Fernando Costa ter agido sob efeito de embriaguez.

Olívia Chaves encontrou a morte no hospital geral do Lubango, depois de não resistir aos ferimentos de dois disparos na zona abdominal. Os familiares revoltados exigem que se faça justiça. “Eu como cidadão não entendo como é possível um homem da lei comete um crime desse”, desabafou, acrescentando que “eu como irmão da vítima peço uma coisa; que se faça justiça”.

A acusação do ministério público alude para o crime de homicídio voluntário simples que pune entre 8 a 16 anos de cadeia, mas o advogado da família da vítima, William Tonet, defende estar-se perante um crime de homicídio qualificado em que a moldura penal varia entre 20 a 24 anos de prisão.

William Tonet refere que o julgamento está apenas a começar e garante que será mera especulação fazer qualquer pronunciamento a volta do processo lembrando a soberania do tribunal. O causídico mostrou-se, por outro lado, preocupado com os frequentes crimes do género a envolver elementos afectos a polícia nacional e às forças armadas. William Tonet apela a mobilização de todos os actores da justiça a inverter o quadro.

“A violência doméstica está a subir e é preciso que todos os actores da justiça possam participar no sentido de ver diminuído este crime, que em algumas vezes traz consequências trágicas como as que estamos agora a assistir,” disse William Tonet. O julgamento cuja data da sentença deve ser conhecida a qualquer altura decorre na segunda secção do Tribunal Provincial da Huíla que não tem mais lugares para acolher a audiência.