Luanda - "Prisioneiros da UNITA nas terras do fim do mundo" é o título da obra de autoria de Manuel Rojas García, um coronel das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, que foi publicada na quarta-feira, 31, no hall da universidade Lusíada de Angola, em Luanda. O acto contou com a presença de várias personalidades da sociedade angolana, dentre eles docentes, discentes e ficiais de distintos ramos das forças armadas angolanas.

Fonte: Club-k.net

Com cerca de 236 páginas, a obra editada pela "Mayamba" foi apresentada pelo brigadeiro Correia de Barros, do Centro de Estudos Estratégicos de Angola, que discorreu sobre as experiências vividas pelo autor e seu companheiro.

Na obra o autor narra a odisseia dos pilotos cubanos desde o espaço aéreo do Cuito Cuanavale, o abate do avião, ejecção, perseguição e captura, o encontro com o Dr. Jonas Savimbi, a vida na Jamba e a sua libertação. A UNITA fez-se representar ao mais alto nível pelo seu vice-presidente, Ernesto Joaquim Mulato.

O general na reserva Abílio Kamalata Numa, na altura comandante das FALA na Frente Kanage onde foi capturado o coronel Manuel Rojas Garcias prestou o seu testemunho, descrevendo as circunstâncias em que ocorreu a captura dos pilotos cubanos e o contexto da ofensiva militar em que a sua acção se circunscrevia.

SOBRE O LIVRO

Manuel Rojas García é coronel da Força Aérea Cubana. Chegara a Angola em missão internacionalista em Agosto de 1986, e era o Chefe da Força Aérea da Missão Cubana no terreno.  No dia 28 de Outubro de 1987, ia aos comandos de um caça MIG-21, com outro cubano, o capitão Ramón  Quesada Aguilar, na zona do Luvuei, Moxico, quando o avião foi  abatido e foram capturados  pelas forças da UNITA. Levados para a famosa e mítica Jamba, no Kuando Kubango, chamada de “capital provisória”, aí conheceram Jonas Savimbi, o líder da guerrilha. No dia 24 de Agosto de 1988, dois meses antes de completarem um ano de prisão, foram libertados.

As páginas que se seguem, carregadas de emoção e suspense como  num filme, são  o testemunho do coronel Rojas, reescrito 20 anos depois, em Cuba, sem as emoções de um prisioneiro, mas fruto de centenas de fotografias e de vivências, inapáveis, que se foram acumulando na sua mente.

Prisioneiros da UNITA – nas terras do Fim do Mundo, embora de leitura apaixonante,  é desapaixonado no relato de aspecto da guerra civil que durante tantos anos dilacerou Angola e dividiu os seus filhos, que, parafraseando o autor, nos ajuda a “compreender a natureza de uma luta que tinha duas versões da razão e da verdade”.

SOBRE O AUTOR

Manuel Rojas Garcia (1943) ingressou nas Forças Armadas Revolucionárias de Cuba em 1959. Concluiu cursos de pilotagem de aviões Caça na República Popular da China (1963) e na ex-União Soviética (1965).

É licenciado em Ciências Políticas e em Direito pela Universidade de Havana nos anos 1971 e 1976, respectivamente. É Mestre em Ciências Militares pela Academia Superior de Aviação de Moscovo, Rússia (1978-1982).

Cumpriu missões internacionalistas na Etiópia (1977-1978) e  em Angola (1986-1988). No dia 28 de Outubro de 1987, aos comandos de um caça MIG 21, com outro cubano, o capitão Ramón Quesada Aguilar, na zona do Luvuei, Moxico, o avião foi abatido e foram capturados pelas forças da UNITA e levados para a Jamba. Foram libertados no dia 24 de Agosto de 1988. Actualmente é Coronel na reserva das Forças Armadas de Cuba.