Lisboa - Os rumores postos a circular, em Luanda, a cerca  de uma suposta aquisição de viaturas  jaguares para os deputados são encarados, em círculos habilitados, na avaliação do “modus operandus” como ficção  destinado  a desviar o debate em torno da onda de reclamações sobre falta de água e luz em Luanda, nas últimas  semanas.

Fonte: Club-k.net

A informação a cerca das viaturas foi avançada pelo Novo Jornal, uma publicação a quem Manuel Vicente tem interesses. Na segunda edição, a seguir a  saída da matéria da compra dos jaguares,  o jornal  deu  continuidade ao assunto  porem,   com uma linguagem que dava pouca certeza  da existência física dos automóveis.

Logo a seguir, observadores atentos, apontaram inclinaram-se sobre a impossibilidade das compras das viaturas tendo em conta que para tal,  a Assembléia Nacional precisaria  ter primeiro  o seu orçamento aprovado, o  que aconteceu apenas no passado dia 8 de Novembro.

Foi descartada a hipótese de as mesmas terem sido encomendadas ao tempo do mandato, de Paulo Kassoma, o ex- líder parlamentar. Porem, ficou claro  com a entrada em função de Fernando da Piedade dias dos Santos  como presidente do parlamento, o mesmo não poderia também ser o mentor da encomenda tendo em conta que estava a menos de um mês no cargo, o que tornaria impossível neste espaço de tempo proceder com as encomendas.  Os transportes do exterior para Luanda, via barco levaria cerca  de 21 dias, o que contradiz com  a data da entrada de funções de “Nandó”.

A Assembleia Nacional e o MPLA deixaram  alimentar o debate com o seu silencio e somente duas semanas depois é que vieram a público revelar que tratou-se de um “boato” causado pela comunicação social.

No seguimento do debate dos jaguares, os jornais privado e rádios  viraram  os seus respectivos  debate para a compra das viaturas pondo de lado as reações  e reclamações sobre os problemas da falta de água e luz. O mesmo sucedeu-se nas redes sociais.

De acordo com registro, o mais visível  levantamento de “tema para abafar outro tema”,  sustentado pelo regime nos últimos anos, aconteceu em Fevereiro de 2007. Na altura,  houve em Luanda, uma onda de contestação de populares na zona da Samba e periferias que exigiam das autoridades reposição das suas casas que foram naquela altura destruídas pelos dados que as fortes chuvas estavam a causar na cidade capital.

Logo, a seguir, as autoridades  trouxeram a público uma informação que acusava o então  2º vice-presidente da FNLA, Ngola Kabango, de manter sob cárcere privado, durante dez anos, um ex-combatente da extinta UPA,  Alberto Benedito.   Depois do levantamento do assunto do “cárcere privado”, as  pessoas deixaram de debater sobre os dados provocados pelas chuvas e as discussões viraram-se para o chamado caso “Benedito”.