Lunda Sul – Virgílio Pedro Samussungu, secretário provincial da UNITA na Lunda Sul, considerou de irrisório o subsídio de quinze mil kwanzas que o governo paga aos antigos combatentes. Na opinião do dirigente partidário, esse valor monetário não dignifica os homens e mulheres que deram o seu melhor para a conquista da independência de Angola.

Fonte: UA

Por outro lado, o dirigente máximo da UNITA na Lunda Sul, revelou existir discriminação política entre os membros da classe dos antigos combatentes, que se manifesta pelo tratamento preferencial dado aos que têm filiação partidária no MPLA, além do facto de que nem todos os chamados antigos combatentes o serem na verdade.

“Aqui na Lunda Sul os que estão a ser chamados antigos combatentes e que recebem dinheiro do estado nunca foram militares, atingiram a condição mediante compadrio e nepotismo”.

São ao todo 471 antigos combatentes da UNITA que não recebem qualquer benefício do governo angolano, dos quais 71 aguardam pela resposta das entidades competentes aos processos remetidos há dois anos, para a regularização.

Sobre a discriminação e a título ilustrativo, o secretário provincial da UNITA citou o município do Dala, onde os direitos inerentes a condição de antigos combatentes apenas abrangem os residentes na comuna de Cazage tida como de influência do MPLA. Os antigos combatentes da comuna de Luma Cassai são ignorados, não recebem nada do governo, por viverem em zona de influência da UNITA, onde lutaram figuras como Kapessi Kafundanga, Muanagola e Massumba.

De acordo com Virgílio Samussungu a situação é idêntica no município de Kakolo, onde os privilégios recaem sobre os antigos combatentes do MPLA residentes na comuna de Alto Chicapa, deixando de fora e sem direitos os das comunas de Chassengue e Kukumbi. “A área de Mukonda vive a mesma situação”, acrescentou

“Nós pensamos a maneira de tratar o antigo combatente não devia ser esta, o governo devia considerar antigos combatentes de forma imparcial e sem olhar para condição política de cada um, eles deviam merecer o mesmo tratamento, porque antigos combatentes da FNLA, do MPLA e da UNITA lutaram pela mesma causa”.

O secretário provincial da UNITA é de opinião de que os antigos combatentes deveriam merecer atenção das autoridades governamentais, resolvendo pontual e regularmente os seus problemas, para se evitarem cenários como o que aconteceu recentemente na cidade de Saurimo em que os homens que deram tudo por Angola concentraram-se frente ao governo provincial numa manifestação, exigindo a sua pensão. “Aquilo não é digno aos homens que desbravaram o caminho”, afirmou.