Lisboa – Mais de 80 trabalhadores empresa suíça “Cotecna serviços Angola Limitada” se encontram de braços cruzados desde as primeiras horas desta segunda-feira, 26, em Luanda, por motivo de um mero desentendimento (referente ao aumento salarial) entre a direcção e a comissão sindical daquela instituição que presta serviços de inspecção pré-embarques, soube o Club-K junto de um dos grevistas.

Fonte: Club-k.net

“Nós estamos a reivindicar a revisão dos nossos salários", contou a fonte que solicitou em anonimato por temer represália por parte dos responsáveis da direcção, revelando que "a comissão sindical firmou, ainda este ano, um acordo com a direcção da empresa no sentido de reverem os salários, acontece que a empresa esta praticamente a pagar salários por conveniência em algumas pessoas, deixando assim a maioria dos trabalhadores para fora”. 

De acordo com a mesma fonte, no último encontro mantido há escassos meses entre ambas direcções foi acordado – após largas horas de discussão – um aumento salarial na ordem de 15 a 20 por cento (a proposta foi da direcção da empresa dirigida por António Raposo, na foto) contra os valores exigidos na altura.

“Agora a direcção da empresa vem nos comunicar que vai simplesmente aumentar oito por cento, enquanto na última reunião propuseram um aumento de 15 a 20 por cento”, balbuciou desanimadamente a fonte, adiantando que “esta greve foi aprovada por unanimidade e estamos a reivindicar de uma forma justa porque é um direito que nos cabe”.

A fonte que vimos citar adiantou ainda que o “tal” aumento de oito por cento que a empresa Cotecna apresentou a comissão sindical não é do consenso com a maioria dos trabalhadores. “Até porque os trabalhadores sabem muito bem quanto produzem para a empresa e estamos cansados de sermos aldrabados”.

Localizada na rua Kima Kienda, 106, no bairro Boavista, a “Cotecna serviços Angola Limitada” opera há mais de uma década no país. A referida empresa (que é gerenciada pelos cidadãos portugueses) esta enraizada nas províncias do Cunene (Santa Clara), Cabinda, Benguela (Lobito) e Luanda. No entanto, informações não confirmadas dão conta que a presente greve esta a ocorrer também nestas localidades. 

O Club-K contactou telefonicamente o suposto director geral (António Raposo) da referida empresa a fim de colher uma outra versão dos factos, mas este recusou-se a prestar quaisquer declarações via telefone.