Luanda – Os trabalhadores de Angola Telecom suspeitam da garantia da administração da empresa, segundo a qual o salário do mês em curso será pago com base numa nova tabela salarial. Em greve desde o dia 8 de Novembro, os trabalhadores asseguram as telecomunicações através dos piquetes.

Fonte: Expansão

A entrada em vigor de uma nova tabela salarial ainda este mês é uma das principais razões da paralisação, desde o passado dia 8, dos trabalhadores da Angola Telecom. A administração da empresa garante que, tal como ficou acordado em discussões anteriores, o salário do mês em curso será pago com o reajuste acertado e o respectivo retroactivo.

Por seu turno, a comissão sindical acredita que "a nova tabela salarial entrará em vigor somente em Janeiro de 2013". Como razão, apresenta o facto de o salário e a efectividade dos próximos meses do ano em curso estarem a ser processados "no formato antigo".

Numa carta endereçada aos trabalhadores, a administração da empresa, no entanto, solicitou que aguardem pelo pagamento do referido salário no sentido de saberem "de que lado reside a verdade", reassumindo o compromisso de a nova tabela salarial entrar em vigor com o pagamento do salário do mês em curso.

"Por respeito e consideração a todos os que estão e se têm mantido nos seus postos de trabalho, a implementação da nova tabela salarial vai ter início, antecipadamente, com o processamento do salário do mês de Novembro".

Explica ainda que, em virtude da complexidade do processo de "reparametrização da aplicação de gestão do sistema de remunerações, serão pagos, em regime de adiantamento, 90 por cento do valor dos retroactivos referentes ao salário-base de Agosto e Novembro". Desta feita, acrescenta, em Dezembro será pago apenas o retroactivo referente àquele mês.

Recentemente, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, apelou aos trabalhadores a reflectirem na decisão da paralisação, realçando que, nos últimos 12 meses, a empresa fez três reajustes salariais.

"Sinais do empenho e vontade do Executivo, em resolver os problemas dos trabalhadores da empresa", defendeu, para depois assegurar que "neste momento está em aprovação um regulamento interno [da empresa] onde estão reflectidas muitas das preocupações que hoje são levantadas".

No entender do governante, os trabalhadores devem estar atentos e compreender o programa de relançamento da empresa, este que, segundo o responsável, beneficiará de um investimento de 300 milhões dólares.