Luanda – O nosso país tem vindo, nos últimos anos a registrar um exponencial crescimento em vários sectores da nossa economia. Tal facto tem-se traduzido, em termos práticos na entrada de capitais estrangeiros, os quais certamente também são importantes para a robustez do nosso crescimento, nunca perdendo de vista, naturalmente a melhoria das condições de vida dos angolanos.

Fonte: Club-k.net

É neste âmbito que inclusive algumas instituições financeiras, nomeadamente bancos operam no país. É o caso do Finibanco Angola (Grupo Montepio Geral) que já está no nosso mercado desde 2008 com uma estrutura accionista maioritária detida pelo Montepio Geral após a compra do Finibanco Angola Portugal anterior accionista maioritário. É neste quadro que o Dr. António Araújo Pontes assume funções de presidente da comissão executiva, em substituição do Dr. António Couto Lopes.

O actual Presidente António Araújo Pontes nos parece ainda não ter percebido que em Angola, como em qualquer parte do mundo, mais do que fazer negócios é necessário compreender e respeitar o seu povo, neste particular os colaboradores Angolanos. É imprescindível observar uma série de pressupostos atinentes à uma convivência despretensiosa e acima de tudo saudável.

Os colaboradores do Finibanco Angola Grupo Montepio a par de outros estrangeiros nomeadamente portugueses e os accionistas, dos quais angolanos (particulares e institucionais) a par também do já extinto Finibanco Portugal, estão nos primórdios desta Instituição, a qual foi “erguida” não apenas com capitais mas também com sacrifícios, abnegação, visão estratégica e coragem dos seus arautos.

Um projecto que se tornou realidade e que hoje, apesar da sua pouca expansão, tem sido uma mais-valia para o país, dando o seu contributo no desenvolvimento de vários sectores da nossa economia. Dr. António Araújo Pontes, os negócios são importantes, os resultados são fundamentais para a manutenção e permanência de qualquer Instituição no tempo e no espaço.

Ainda assim a (i) logica da maximização dos lucros e minimização dos custos não deve atropelar princípios elementares no relacionamento com os colaboradores. A contumaz (ir)racionalidade do KNOW YOUR CLIENT deve estar subjacente ao KNOW YOUR WORKER!!!

Ora não se pode conhecer os colaboradores à partida já com pedras na mão. Os bons resultados até no ano passado resultaram, certamente, de um esforço conjunto, sendo que os colaboradores angolanos sempre estiveram na linha da frente a par do seu anterior Presidente o qual sempre se revelou próximo das bases, isto é próximo de todos inclusive do empregado de limpeza.

O que hoje impera é exactamente o contrário; parece que o presidente habita na sua torre de marfim e os simples mortais resignam-se à sua insignificância; atrevemo-nos a dizer que talvez sejam laivos de displicência quiçá mesmo pouca atenção para com os colaboradores Angolanos. Hoje são o elo mais fraco, parece uma relação de senhores e servos, de dominador (es) e dominados.

Os cargos de direcção estão em mais de 80% entregues à cidadãos estrangeiros (seus compatriotas), em alguns casos justifica-se mas na maioria deles não, além de que alguns angolanos apenas o exercem de fachada, na pratica não dispõem de instrumentos nenhuns que lhes permita ter alguma autonomia numa lógica de responsabilidade e/ou responsabilização, como aliás deve ser apanágio da dinâmica e confiança pelas e nas pessoas.

Quando tudo corre bem o mérito é dos expatriados, quando algo corre mal a culpa é dos Angolanos pela sua incompetência. A identidade confere diferenças aos grupos humanos, ela evidencia em termos da consciência da diferença e do contraste do outro. Há uma opção melhor: Observe as iniciativas antes de fazer alguma mudança, elas lhe dirão que medidas restritivas à sua liberdade de fazer com base em sua confessional idade. As recentes falhas ajudaram os colaboradores angolanos a perceber que o estado actual das coisas não está a funcionar.

Sejamos sensatos! hoje, como resultado, existe um exército de descontentes, desanimados, desmotivados que trabalham por trabalhar sem horizonte absolutamente nenhum. Um funcionário para solicitar um descoberto pontual, o qual é certamente coberto (pago) pelo seu salário é necessário ser previamente analisado por um Conselho de Crédito. Será isto mesmo necessário?!

Os funcionários auferem os seus salários, porém só perto de uma semana depois podem solicitar cambiais. Noutras Instituições os créditos pessoais para funcionários podem inclusive ser pagos até cinco anos à uma taxa atractiva, diminuindo desta forma a taxa de esforço, pressuposto que sem dúvida não deixa de ser um lenitivo para quem trabalha, para quem a par do Banco também pretende realizar-se como colaborador, como pai, como mãe, como filho, como irmão… em suma como angolano!

No Finibanco Angola SA Grupo Montepio o prazo máximo são apenas 3 anos, agravando certamente as prestações mensais, reduzindo significativamente a sua capacidade de adquirir bens e serviços, afectando, numa palavra, a qualidade de vida dos colaboradores!

O Crédito Habitação, os financiamentos à Construção parecem uma miragem. À partida suscita inquietação a ponto de não se perceber o limiar entre a objectiva exigência no que tange aos critérios jurídicos e quiçá os subjectivos artifícios jurídicos conducentes à impossibilidade do acesso a estes produtos.

É caso para dizer: “Esperávamos a Paz e nada vemos de bom e numa era de restauração surgiu angústia”. Do exposto resulta que é importante que se revejam certas práticas, certas posturas no sentido de catapultarmos TODOS o Banco para níveis objectivamente mais satisfatórios para os clientes e para os colaboradores sem excepção.