Cabinda - A Cabinda Gulf Oil Company Ltd, a subsidiaria da Chevron, não tem fornecido uma informação preciso que destino tem dado as areias contaminadas com petróleo oriundos dos derrames de petróleo.


* Cristóvão Luemba
Fonte: Club-k.net

No dia 4 de Setembro, Chevron mobilizou uma equipa para limpar a praia Mandarim, localizada a cerca de 40km ao norte da cidade de Cabinda, na sequência de um derrame de petróleo de operações offshore. A equipe da Chevron coletou areia contaminada com petróleo em sacos amarelos marcado resíduos perigosos.


Este é apenas um exemplo dos derrames de petróleo regulares que ocorrem a partir de instalações offshore.


O processo de eliminação desses resíduos tóxicos é desconhecido para os residentes de Cabinda e para o resto dos Angolanos.


Durante algum tempo, este jornalista tentou entrar em contacto com Chevron para fornecer uma resposta oficial sobre o processo de eliminação de resíduos tóxicos de petróleo, mas não recebeu quaisquer informação oficial.


Sabemos de acordo um comunicado de imprensa de 2010 da Chevron—a única informação oficial disponível publicamente até à data –que antes da inaugurado o aterro sanitário em 2010, o lixo era queimado e enterrado em valas na Área de Gestão de Resíduos de Malongo.


Segundo informações que apuramos de algumas pessoas que trabalham no campo petrolífero do Malongo, hoje em dia, estas areias depois de recolhidas das praias são armazenadas na Área de Gestão de Resíduos.


As nossas fontes confirmaram que as vezes estes resíduos de petróleo são utilizados para pavimentação da vias de circulação no campo do Malongo. Mas não se sabe exactamente as quantidades que são aplicadas para a pavimentação das estradas do campo, as quantidades que são queimados e as quantidades que são enterradas.


Por lei, todos os derrames devem ser comunicadas ao Ministério dos Petróleos, que informa o Ministério do Ambiente e, dependendo do tamanho do derrame, os Ministérios da Pesca e da Defesa.


As empresas internacionais são legalmente obrigados a limpar os seus próprios derrames e, se eles são incapazes de fazê-lo, devem procurar a ajuda de outros operadores comerciais.


Por lei, as empresas petrolíferas também possuam um plano para lidar com os resíduos tóxicos.

Em seu comunicado de imprensa de 2010, Chevron afirma que suas operações em Angola “geram cerca de 20 toneladas (o equivalente a cerca de 5 a 10 camiões) de lixo municipal e resíduos industriais por dia.” Mas, deste lixo qual é a percentagem daquele oriundo dos derrames de petróleo?


O problema também reside em que a Chevron nem sempre relata todos os derrames que ocorrem a partir de suas instalações – nem informa a quantidade de petróleo derramado.


Com mais de cinquenta anos de exploração de petróleo e com ela os derrames que aconteceram, quanto resíduos resultantes destes anos todos de operações foram reutilizados para os trabalhos de asfaltagem de estradas? Se o lixo tóxico foi previamente queimado,  quanta poluição, quanto dióxido de carbono e outros gases-estufa foram emitidos? Se os resíduos foram enterrados, onde foi enterrado e como foi enterrado? É perto de fontes das águas subterrâneas? Existe uma barreira de protecção para evitar
que não haja vazamentos?


Este lixo tóxico é ainda mais tóxico dado a mistura de petróleo e químicos dispersantes que são utilizados para "dispersar" o petróleo sempre que ocorrer um derrame no mar. As quantidades de produtos químicos utilizados também não é conhecido publicamente.


E qual tem sido o papel do governo – e o departamento do ambiente ao nível do executivo – para monitorar a segurança? Porque tudo quanto sabemos contentasse com os relatórios que recebem da empresa, e não a partir de informação do governo postas à disposição do público.


O que deve também ser de preocupação de todos, porque afinal como diz um velho adágio latino “ a natureza não faz saltos”, se não há nada escondido nisso esta área deveria ser aberta para os ambientalistas quer nacionais com internacionais.


Pensamos que chegou o momento de se fazer um trabalho um pouco mais aturado para se averiguar melhor estas situações, pois por exemplo para quem circula de Cabinda para o interior da província ao passar pela planície do Ntandu Ikono junto ao portão 2 (Gate Two) de acesso ao campo de do Malongo o ar é afectado com odor forte.


Mas pelo caminhar das coisas nada já foi feito para se apurar pelo menos o seu grau de intoxicação. Mas todos circulam por ai.  Ate quando?