Lisboa - Isabel dos Santos e a Sonangol, os principais investidores angolanos em Portugal, já detêm quase 2,5 mil milhões de euros de empresas cotadas em Portugal (de acordo com as cotações de ontem da Bolsa nacional).

Fonte: CM

A empresária controla 28,8% da Zon (através da Jadeium e a Kento), uma participação avaliada em 262,7 milhões de euros. A este soma mais 247,9 milhões de euros, o valor dos 19,5% que detém no banco BPI. Isabel dos Santos é ainda accionista do BIC (onde tem 25%, a mesma percentagem de Américo Amorim, e onde Fernando Teles, também angolano, tem 20%), que recentemente comprou o BPN por 40 milhões de euros.


A parceria de Isabel dos Santos com Américo Amorim chega ao campo energético. Através da Esperanza (sociedade onde participa com a Sonangol) tem 45% da Amorim Energia, que por sua vez controla 38,34% da Galp. A quota dos investidores angolanos está avaliada em 1681 milhões de euros. A Sonangol, presidida por Francisco de Lemos Maria, tem ainda 15,08% do BCP, o equivalente a 228,8 milhões de euros. Já a Interoceânico controla 2,09% do banco liderado por Nuno Amado, ou seja, 31,7 milhões de euros.


No total, são 2452 milhões de euros apenas na Zon, BPI, BCP e Galp Energia.
Mas os interesses angolanos em Portugal vão mais longe. Por exemplo, o general Manuel Hélder Vieira Dias, conhecido como ‘Kopelipa’, é indicado como detentor de 10,19% do banco BIG, através da World Wide Capital. Isabel dos Santos é ainda parceira do BPI em Angola, onde detém 49% do Banco Fomento Angola.


131 MILHÕES EM APENAS SEIS MESES


Nos primeiros seis meses deste ano, Angola investiu mais em Portugal do que os empresários nacionais no país africano. Entre Janeiro e Junho, o investimento directo bruto angolano em Portugal atingiu os 130,7 milhões de euros. Nos mesmos meses, o capital português que entrou em Angola foi de apenas 118,9 milhões de euros, segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e do Banco de Portugal.


Estes números ganham ainda mais relevo quando comparados com o passado. Em 2011, os angolanos investiram 70 milhões de euros em Portugal, quase metade do que fizeram em apenas seis meses deste ano. E em 2001, o investimento angolano em Portugal foi de apenas dois milhões de euros.


A crise económica que se abateu sobre Portugal a partir de 2008 e o progresso económico de Angola, conseguido com a conquista da paz e com o crescimento da indústria petrolífera, sustentam esta mudança de paradigma.

GRUPO NEWSHOLD CONTROLA JORNAL 'SOL' E QUER AVANÇAR PARA A RTP

O investimento angolano tem estado também focado na comunicação social. A Newshold detém o semanário ‘Sol’, faz a gestão de meios do ‘i’ e é accionista da Cofina e da Impresa, ainda que sem administradores ou influência na gestão. Na semana passada, o grupo revelou estar interessado na privatização da RTP e garantiu que a informação sobre a identidade dos seus accionistas era pública. Uma informação desmentida pela CMVM, que pede à Newshold para divulgar os seus investidores.