Luanda - Se as eleições foram o evento que mais marcou o ano de 2012 em Angola, a formação de um novo partido político a CASA CE  abalou a cena política angolana por ter na sua liderança dissidentes da UNITA e do MPLA. A nomeação de Bento Bento para governador de Luanda no início do ano foi recebida com cepticismo por muitos luandenses.

Fonte: VOA

“O que é que Bento Bento pode dar para nós como governador?” interrogou na altura uma cidadã que descreveu a nomeação como uma “brincadeira em vermelho, amarelo e preto” numa alusão á bandeira do MPLA.

Foi igualmente destaque este ano o julgamento do antigo comandante da polícia de Luanda, Joaquim Ribeiro e pares, acusados de homicídio e violência contra inferior hierárquico.

Outro assunto importante foi a visita do secretário geral da ONU, Banki-moon a Angola. Em Março nascia aquela que viria a se tornar na terceira força partidária do país: A Convergência Ampla de Salvação de Angola CASA-CE.

À sua frente Abel Chivukuvuku, um antigo digente da UNITA que no topo da liderança é acompanha pelo general Mendes de Carvalho “Miau” uma conhecida figura anteriormente ligada ao MPLA. Já em Maio aliás , Abel Chivukuvuku acusa Manuel Vicente de ter cometido crimes de trafico de influencia, corrupção, enriquecimento ilícito, branqueamento de capitais e que por isso devia ser destituído do cargo de ministro do estado e da coordenação económica.

A 27 de Maio, dois activistas cívicos Isaias Cassule e Alves Kamulingue são detidos quando tentavam participar numa manifestação dos ex-militares e nunca mais foram vistos. Chegados em Agosto, o mês das eleições, o ministério da educação anuncia paralisação das aulas em todo país, por causa das eleições.

Acidente de autocarro mata 29 pessoas e fere 25 outras, na sua maioria adeptos e elementos da segurança do clube Kabuscorp do Palanca, oriundos de um jogo em que a equipa de Kangamba perdeu em Calulo diante do recreativo local, para o Girabola.

Ainda em Agosto, MPLA instaura um processo contra o deputado, pela bancada da UNITA Makuta Nkondo, por este ter questionado em plenário da Assembleia Nacional a origem e nacionalidade  do Presidente da República José Eduardo dos Santos.

A medida que se aproximava o dia do pleito eleitoral a tensão política foi subindo.  A Unita quis adiar o processo eleitoral por alguns dias mas sem sucesso. "Não 'e vergonha adiar por alguns dias, para se fazer bem as coisas,” disse na altura  Pedro Cacthiungo. Mas as eleições ocorrem mesmo a 31 de Agosto com alguns eleitores a queixarem-se de irregularidades.

Após a votação a CNE divulga os resultados com vitória do MPLA. UNITA, CASA-CE e PRS contestam os resultados e recorrem à CNE. A Comissão Nacional torna improcedente o recurso da oposição. O MPLA considera que venceu bem. “O MPLA apresentou o melhor programa por isso ganhou as eleições,” disse Norberto Garcia

Já André Gaspar Mendes de Carvalho "Miau" da CASA-CE diz que nem morto aceitaria estes resultados. A CASA-CE, UNITA e PRS recorrem ao Tribunal Constitucional que também decide improcedente o recurso da oposicao.

José Eduardo dos Santos e Manuel Vicente tomam posse como presidente e vice presidente da república. José Eduardo forma o novo executivo que o o cientista político Nelson Pestana Bonavena diz não ter “nada de novo”.