Luanda -  É precisdo ter lata e descaramento. Então não é que o sr. Adão Adriano António, nomeado extra-pares, procurador geral adjunto da República, está agora a fazer o papel de vítima, dizendo ter-lhe, eu, humilde cidadão autóctone, excluído e discriminado, difamado a sua pessoa, pela publicação de documentos sobre a minha formação académica e consequente resposta as suas atoardas públicas.

Fonte: Folha8

Fiquei atónito, face a essa capacidade de adulteração e inversão da verdade, daí que, hoje aqui e agora, trato de condensar algumas frases andarilhas, sobre a campanha de calúnia e difamação, protagonizada, no dia 06 de Novembro de 2012, em conferência de imprensa, dada a comunicação social, na Marinha de Guerra, pelo sr. Adão Adriano António, onde tratou de atacar a minha honra, mentindo sobre a minha formação académica, colocar em causa o meu profissionalismo e a minha imagem social.

Na verdade, reconheço e dou a mão a palmatória, não agi como o antigo e bom cristão: dar a outra face, por há muito a ter perdido. Mas francamente, o senhor disse alto e bom som, que eu era um falsário, que nem o segundo ano da Faculdade de Direito havia concluído, que não terminei o estágio, que usava falsa qualidade e quando lhe apresento os documentos e digo, em função do seu dito, que havia mentido, considera isso uma calúnia?

Tenha elevação e seja, ao menos uma vez, na vida,  honesto consigo próprio reconhecendo ter sido o senhor a escancarar as portas do conflito ao violar o sigilo profissional e ao agredir a ética.

O senhor, neste caso, quando escreve ao Procurador Geral da República, comunicando-lhe que deve ser aberto um processo criminal contra mim, esquece-se de não ser vitíma mas agressor, que agiu na calada da noite, atacando cobardemente pelas costas, um outro profissional.

Daí a defesa ter tido igual medida, em função da minha estatura moral e responsabilidade social, denunciando, o comportamento indecoroso de um magistrado da República, que deveria ser mais comedido, educado e eticamente correcto. Isso por a magistratura do Ministério Público não se dever confundir com arruacerismo.

Por isso me coloco de acordo com o analista Jarbas Vasconcelos, quando disse: “Nos últmos tempos, infelizmente, tem prevalecido o cinismo político e a lógica de que a esperteza é mais importante do que o conhecimento e do que a a ética. O messianismo político ganha força ao ponto de líderes serem comparados com Deus, num fundamentalismo partidário baseado no culto à personalidade”.

Como se pode aferir o senhor usou a esperteza para me caluniar ou se terá esquecido que a sua acção só teve paralelo no séc. XVIII, quando os gladiadores, convocavam traiçoeiramente os adversários, empurravam-os para a arena no sentido de serem degolados pelas feras.

O sr, fez isso, convocou a imprensa, disse cobras e lagartos, exortou os meus clientes a irem depôr contra quem ainda nem processo tinha, tão pouco foi ouvido, para forjarem acusações falsas, que as validaria. Isso é o quê, sr. Adão Adriano, distribuição de rebuçado e carinho?  Não! O que o senhor fez só tem um significado: MENTIRA! Assuma, o facto, não resvale agora, no lugar dos cobardes, questionando a idoneidade da universidade, pois o cerne da questão foi a sua acção caluniosa e difamatória.

Não se valha da sua condição de procurador adjunto, para me ameaçar, julgando estar coberto e poder agir com a mâxima impunidade. Até pode fazê-lo, até pode mandar prender, até pode mandar matar, mas de uma coisa tenha certeza, não aceitarei que o senhor e a sua “malta” continuem a mentir em relação a minha pessoa.

Encararei a sua justiça, no vosso tempo, intrasparente, parcial, falso, mas defenderei-me com todas as forças, tal como o senhor, acreditando ainda haver, mesmo escondidos procuradores com honra e dignidade e juízes com têmpera de imparcialidade e justiça, que não confundem, tão pouco equiparam os malefícios da ponta de um fusíl, com os da ponta da pena de uma pomba. Acaso falta-lhe "ética" e "conhecimento" ao entupir-se no papel de vitíma?

Se lhe falta tudo isso, então não tenho culpa em querer assumir o papel daquele ignorante em direito, que não sabe, que na marginalidade do Código Civil, ante o esbulho, mesmo moral, se pode evocar o art.º 1277 ou a letalidade, salvo seja, do 366, para não se ser confundido com alguém obtuso e "cínico" tanto quanto aqueles a quem por vezes se faz falsa referência... Ou o que é mais grave: se faz uso, por excelência, da esperteza que tanto se recrimina.