Sumbe – Na província do Kwanza-Sul, para se ter acesso à faculdade e Instituto Médio de Petróleos estão a ser cobrados valores que vão de dois mil a três mil dólares americanos a cada educando. Por este facto muitas vozes se levantam em anonimato, num claro protesto a tais irregularidades que a continuar vicia e ao mesmo tempo enferma o sistema educativo.

Fonte: Voa


Se os sistemas de ensino e aprendizagem têm-se revelado muito aquém dos níveis desejados por ausência de inspectores escolares, facto que tem dado azo às famosas “gasosas” para se obter nota que facilita a transição de classe, não é lícito que a entidade patronal, o Ministério da Educação e a direcção provincial em particular olhem impávidos e serenos para esse fenómeno que propicia a corrupção no sector educativo.

Uma série de pressupostos para justificar a cobrança de tais valores são apresentados pelas instituições supracitadas, a Universidade Katyavala Bwila, vocacionada na formação de docentes, e o Instituto Nacional de Petróleos, vocacionado na formação de técnicos do ramo petrolífero. Desta feita, só os filhos dos abastados ou seja, de detentores de fortunas poderão ter acesso a essas instituições de ensino universitário e profissional, relegando os educandos dos de baixa renda a apenas ao ensino médio.

O Ministro da Educação de Angola reconheceu no IV Conselho Técnico do seu Ministério, realizado na cidade do Sumbe, que o ensino e aprendizagem ainda se afiguram débeis. Mpinda Simão sustentou que vários mecanismos concorrem para o insucesso do ensino e aponta a necessidade de se engendrar novos métodos para que até 2020 haja um ensino de qualidade:

“A qualidade de aprendizagem continua em muitos casos aquém do perfil de saída julgado indispensável a formação adequada de técnicos médios e superiores nacionais necessários ao desenvolvimento sustentado do nosso País, até 2020 de acordo com a estratégia nacional de formação de quadros e respectivo plano orientador adoptado pelo executivo”, disse.

Mpinda Simão que no IV conselho técnico do MED realizado na cidade do Sumbe reconheceu debilidades na qualidade de ensino e aprendizagem cujo cerne parte do enriquecimento fácil que alguns gestores provinciais do sector pretendem com a introdução de novas políticas de comparticipação a que estão sujeitos os educandos e seus encarregados. Só para recordar: Para uma aula de explicação para os testes de admissão a faculdade os docentes no Sumbe estão a cobrar por cada estudante, 600 dólares.