Benguela - Vinte dias depois de terem declarado greve geral, os trabalhadores da shoprite na cidade do Lobito estão  agora confrontados com actos de clara  violação a lei da greve vigente em Angola por parte da entidade empregadora.

Fonte: Club-k.net

Efectivos da polícia nacional e do corpo de segurança da multinacional sul-africana, são apontados como estando a coagir os grevistas regressarem ao trabalho ante a relutâncias destes que pretendem apenas ver satisfeitos as suas principiais reivindicações.


No seu artigo 26.º a lei da greve estabelece que “aquele que declarar, exercer ou impedir a efectivação de uma greve lícita por meios violentos, ameaças. Coação ou qualquer outro meio fraudulento, será punido com a pena de prisão até seis meses e multa correspondente, se a pena mais grave não couber nos termos da lei”.


Perante este quadro jurídico a direcção do sindicato da hotelaria e turismo participou o caso a Procuradoria-geral da República no lobito, no sentido de responsabilizar a entidade patronal a respeitar a lei.


Terça, quarta e quinta feira desta semana os trabalhadores da shporite viveram momentos de tensão, quando forças policiais tentaram impedir a permanência dos grevistas junto a porta de entrada da empresa, tendo a situação provocado o encerramento por algumas horas das agências bancárias e outras lojas que funcionam no quintalão da empresa em greve.


Vinte dias depois, a direcção geral da shoprite ainda manteve um frente a frente com os trabalhadores e com o sindicato do ramo. Na primeira semana de greve um dos directores da empresa sul africada identificado por Geferson deslocou-se ao lobito, contactou os responsáveis da empresa, mas não aceitou dialogar com os trabalhadores nem com os líderes sindicais. Durante a sua presnça foi citada como tendo agredido moralmente os trabalhadores chamando-os de pretos e macacos, ato que só não resultou em violência devido a intervenção do corpo de segurança da referida empresa.


A renitência da direcção da empresa sul-africana em negociar o caderno reivindicativo apresentado pelos trabalhadores está ser associado ao facto de que as empresas estrangeiras de grande porte que operam em Angola, só a podem fazer quando cedem parte das quotas da sociedade comercial a entidades angolanas quase sempre ligadas a alta estrutura governamental e a presença da policia junto dos grevistas é vista assim como uma orientação do “dono” angolano da shoprite.


Os cerca de 200 trabalhadores da shoprite do Lobito reivindicam a revisão salarial acima dos 30 mil kuanzas actuais, melhores condições de trabalho, o fim dos descontos directos nos salários sem justificação e tratamento digno por parte da entidade empregadora.