Luanda – A Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou um processo-crime contra o líder (Augusto Dias) e responsáveis da Igreja Universal do Reino de Deus, na sequência do infausto acontecimento (que originou a morte de 16 pessoas por asfixia e esmagamento, quando pretendiam assistir a um culto) ocorrida no dia 31 de Dezembro do ano transacto, na Cidadela Desportiva, em Luanda.
Fonte: Club-k.net
De acordo com o comunicado da PGR, distribuído nesta quinta-feira, 07, à imprensa, o mesmo decorre na sequência da conclusão do inquérito instaurado por despacho, datado de 2 de Janeiro de 2013, do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, face ao que foi preliminarmente apurado, relativamente ao assunto.
A nota adianta que o referido processo decorre sob a alçada da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) da PGR. As actividades da IURD foram suspensas por um período de 60 dias, segundo as conclusões da Comissão de Inquérito (CI) nomeada pela Presidência da República.
Em causa está uma cerimónia, denominada "Vigília do Dia do Fim", que concentrou dezenas de milhares de pessoas que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada do estádio da Cidadela.
A CI concluiu ainda que as mortes se deveram à superlotação no interior e exterior do estádio da Cidadela, causada por "publicidade enganosa".
Dias antes da cerimónia, a IURD espalhou por Luanda publicidade ao evento, que designou de "Dia do Fim", na qual convidava todos a "dar um fim a todos os problemas", designadamente "doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação e dívidas".
Para a CI, esta publicidade criou, no seio dos fiéis, "uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus problemas" e, socorrendo-se da legislação em vigor, classifica a difusão do evento como "criminosa e enganosa".
O facto da IURD não ter suspendido a cerimónia, mesmo depois de ter conhecimento da existência de vítimas mortais é outra das matérias que foi contestada pela CI.
Paralelamente ao anúncio da suspensão de actividades da IURD, a CI anunciou a proibição de quaisquer acções por parte de outras seis igrejas evangélicas, por não estarem legalizadas em Angola.
As seis confissões proibidas de levarem a cabo qualquer tipo de actividade são as Igrejas Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.
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