Lisboa – Um grupo de profissionais do semanário angolano “O Continente”, incluindo jornalistas, editores, paginadores, revisores e fotógrafos, decidiram cruzar os braços, nesta quarta-feira, dia 13, do mês em curso, em Luanda. A razão desta paralisação dos trabalhos está no facto do sócio maioritário desta publicação, Henrique Miguel “Riquinho” ter feito descontos considerados anárquicos nos salários, já vencidos, ou seja, de Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro, que a empresa devia a estes profissionais.

Fonte: Club-k.net

Os mesmos revelaram a este portal que muitos trabalhadores nem sequer receberam o valor correspondente a cada metade do salário mensal, nem o 13º mês, sendo por esta razão interposto uma acção judicial, contra “Riquinho”, com o acompanhamento dos respectivos advogados, para além de uma queixa-crime na DNIC.

Os lesados acusam também “Riquinho” de ter utilizado duas folhas de salários, uma real e outra fictícia, sendo apresentada esta última ao novo sócio que custeou as despesas dos salários em atraso. Nesta operação, folha de salário fictícia e descontos anárquicos, “Riquinho” facturou mais de 20 mil dólares.

A crise que se vive no jornal “O Continente”, depois da ameaça de greve e uma série de acusações na imprensa contra “Riquinho”, está a se reflectir na qualidade deste semanário, podendo-se ver entre 70 a 80% dos textos retirados da internet.

Esta semana, com o cruzar de braços destes profissionais as coisas poderão piorar, uma vez que, para além do chefe de redacção, ficaram apenas os jornalistas Folino Sicato e Alberto Kahango.


“Não sei se o Cabila vai conseguir fechar o jornal nestas condições, a menos que voltem pelas retrospectivas até se criar uma nova equipa”, balbuciou a fonte, acrescentando que desta vez as coisas vão dar para o torto”.


Os colaboradores, Dra. Palmira Tchipilica, Isaac Neto, Hélio Martins vão também já cruzar os braços por não receberem os seus ordenados a mais de sete meses. “É o fim da picada, os outros colaboradores já desistiram há muito tempo, como o Dr. De Pippo e Martinho João, pelas mesmas razões, neste momento apenas Hélio Martins recebeu alguns tostões”, disse a fonte.

Para além destas dívidas “Riquinho” tem muitas outras espalhadas pelo país, onde vem a público a contraída pela sua empresa Casa Fone, junto ao Cine Atlântico, o que forçou o senhorio a fechar as portas com cariados e os bens desta empresa dentro, por a Casa Fone dever três anos de renda. Os trabalhadores da Casa Fone foram colocados na Casa Real como funcionários do jornal O Continente.


TRAIÇÃO

Miguel de Carvalho, director de marketing do jornal “O Continente” e editor da Revistas Eventos (que nunca mais saiu à rua) tornou-se no funcionário fiel a “Riquinho”, criando intrigas entre os colegas, até a própria contabilista, que não desempenha o seu papel porque “Riquinho” abocanha todos os poderes revelou a mesma fonte.


Mário Tito de Carvalho, para além de revisor e ocupar função de direcção no Continente é revisor, efectivo, também do jornal A Capital. “Trás informações da Capital para o Continente e vice-versa, é uma autêntica aberração, até porque o lugar de revisor na  A Capital era do Norberto Costa, que lhe pediu para tapar o furo enquanto esteve de férias, terminadas as férias, o lugar do Norberto já era”.