Brasil - “O analfabeto do futuro será aquele que não souber ler as imagens”(Pretto, 1999) geradas pelos meios eletrônicos de comunicação. Analfabetismo que será consequência da falta de uma razão imagética, que se constitui na essência de uma sociedade em constante transformação, a sociedade do conhecimento.

Fonte: Club-k.net

Pois bem, a “globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados”. Essa é uma das definições sobre Globalização que mais circulam na internet.


Os novos paradigmas da sociedade do conhecimento exigem um olhar diferenciado, abrangente e direcionado à Tecnologia na Educação, pois esta se caracteriza pelos princípios da diversidade, da integração e da complexidade. O avanço das tecnologias tem alterado significativamente o modo como as pessoas percebem o mundo.


As diversas possibilidades de circulação de mensagens e de ideias contribuem para quebrar a unicidade do conceito linear de história, pois já é possível ver, ouvir e discutir as múltiplas visões de mundo e contar várias histórias. Nesse contexto, nossos valores têm sido profundamente modificados, e nossas concepções subitamente questionadas. Outra razão começa a partir do crescimento da comunicação e da informática, e tem na globalidade seus elementos mais fundamentais.


A superação dos limites de espaços e tempos propicia a pessoas de diferentes idades, classes sociais e regiões o acesso à informação e, dessa forma, a oportunidade de vivencia nas diversas maneiras de representar o conhecimento. As novas tecnologias fizeram emergir outro foco, cujas características apontam para o rompimento da noção tempo-espaço tal como foi concebida pela ciência moderna, a convivência do local e não local, o raciocínio estético, a discussão entre real e virtual etc.


Um aprendizado significativo, interdisciplinar e integrador do pensamento estético, racional, humanista e ético exige dos profissionais da educação novas competências e actitudes para desenvolver uma pedagogia relacional: isso implica criar e recriar estratégias e situações de ensino e aprendizagem que possam tornar-se significativas para os que ensinam e para os que aprendem.


A prática do professor que trabalha com Tecnologias na Educação deve expressar articulação entre os interesses e necessidades dos alunos, o contexto e o real conduzidos pela intencionalidade pedagógica, por meio da criação de situações que possam favorecer o processo de construção do conhecimento do aluno.


A escola do terceiro milênio deve, necessariamente, considerar a influência das imagens no cotidiano do educando. E mais: deve observar o reflexo dessa influência de compreender a realidade na sua organização perceptiva, sensorial e cognitiva.


Ao possibilitar a interação com o que se vê e ouve, as novas tecnologias avançaram significativamente no processo educacional.
E de salientar ainda que se antes predominava o raciocínio linear, sequencial, exigido por métodos expositivos convencionais, tem-se agora a possibilidade, com a utilização de computadores em sala de aula, por exemplo, de trabalhar com métodos interativos, sendo possível parar, interromper a história no meio e abrir uma janela para outro ponto pelo qual se mostre curiosa. Dessa forma, a construção do raciocínio não é mais linear, mas multidimensional. Contextualizando uma orientação geral para a interação com a tecnologia, e segundo Litwin (1997, p. 33):

“ [...] encontrar, na tarefa docente cotidiana, um sentido para a tecnologia, um para quê. Este “para quê” tem conexão com o verbo tictein, com a ideia de criação, de dar à luz, de produzir. Os docentes precisam fazer com que os alunos construam os conhecimentos nas diferentes disciplinas, que conceitualizem, participem nos processos de negociação e de recriação de significados de nossa cultura, entendam os modos de pensar e de pesquisar das diferentes disciplinas, participem de forma activa e crítica na reelaboração pessoal e grupal da cultura, que os mesmo opinem com fundamentações que rompam com o senso comum, que debatam com seus companheiros argumentando e contra-argumentando, que elaborem produções de índole diversa: uma historia, uma pesquisa, um mapa conceitual, um resumo, um quadro estatístico, um programa de rádio, um jornal escolar, um vídeo, um software, uma exposição fotográfica etc..”

Entendo também que é necessário e de extrema importância que a escola, o professor e o aluno, tenham clareza de quais são os fins ou os motivos da actividade de ensino e de aprendizagem, que contextualizem seus objectivos, que definam as acções e procedimentos necessários para a os mesmos consigam soluções desses fins e considerem os objectos ou recursos disponíveis (tecnologias) para o trabalho escolar. E que esse trabalho tenha como referência uma análise crítica da realidade, desenvolvendo, assim, a formação da consciência crítica comprometida com a transformação da sociedade.

Att;

VICENTE MANUEL