Luanda  - Historiadores angolanos e namibianos tentam pôr fim à controvérsia sobre a imagem do rei mandume Ya Nemufaio.Os peritos concluem ser falso o rosto do soberano que se espalhou pelo país e o mundo. Mandume é conhecido com a imagem de um homem de grande porte físico, com o corpo descoberto e mais jovem.

Fonte: Apostolado

No entanto, os especialistas apresentaram no recente encontro realizado no seu memorial, uma imagem diferente.A imagem do rei Mandume, apresentada numa sequência de fotos aparece de corpo inteiro, com uma estatura média, trajado dos pés à cabeça, muitas delas no meio dos seus soldados, armados com espingardas.

A própria Universidade "Mandume Ya Nemufaio" já anunciou que vai alterar a imagem que ostenta.

Reconstituir a história do país

A Ministra da Cultura salientou na localidade de oihole, Cunene, a importância de se investigarem factos que marcaram a resistência à ocupação colonial e o papel dos soberanos na defesa da integridade territorial de Angola.

Rosa Cruz e Silva que falava no encerramento do seminário internacional sobre " Resistência à ocupação colonial do sul de Angola: caso Cunene", referiu que o trabalho de investigação vai ajudar os historiadores a reconstituirem a história do país.

O encontro, promovido pelo ministério da cultura em parceria com o Governo provincial, inseriu-se nas comemorações do 96º aniversário da morte do rei Mandume Ya Ndemufaio, tombado em combate a 6 de Fevereiro de 1917.

A produção historiográfica, declarou, ainda está centrada nos textos e livros produzidos no peíodo colonial." Não quero dizer com isto que esses livros não têm qualquer mérito ou utilidade, mas é preciso os investigadores terem paciência e interesse em rever os documentos que lhes deram origem" - disse.

Lembrou que a História de Angola tem sido tratada ao longo dos anos, mas que nem sempre houve interesse e muito empenho para se encontrar as fontes orais ou escritas.O país, referiu, " tem um acervo grande sobre a resistência que ainda não foi suficientemente explorado pelos angolanos".

No caso da rainha Njinga Mande, disse que foi feito um trabalho de reconstituição, pois a maioria dessas figuras não têm fotografias.O problema, alertou, "reside no facto das pessoas se fixarem na imagem feita pelos europeus". O seminário juntou especialistas angolanos e namibianos, no auditório do memorial do rei Mandume