Lisboa - A caminho dos seis milhões de habitantes, Luanda tem na sobrelotação e falta de infra-estruturas e serviços básicos como água e saneamento os maiores obstáculos à qualidade de vida e prosperidade. Um relatório da agência da ONU para a habitação, UN-Habitat, identifica em Maputo o problema das rendas elevadas, e considera a Praia uma cidade segura.

*Ires de Lucas
Fonte: Lusomonitor

Angola é dos países em desenvolvimento de que o relatório mais se ocupa. Integra o grupo de países africanos em que o desenvolvimento económico não tem sido acompanhado por efeitos desejados no meio ambiente. Especialistas locais da UN-Habitat acreditam que esta cidade é incapaz de combinar uma economia sustentável e um crescimento demográfico correspondente, pecando assim em infra-estruturas e em serviços.


Uma das principais características de Luanda é a sobrelotação. Em 2010, habitavam a cidade 4.772.000 pessoas e em 2015 prevê-se que o número de habitantes suba para 6.013.000. Em Luanda reside quase metade da população angolana.


A escassez de água é questão essencial na capital angolana. O acesso à água reduz problemas sociais como a taxa de mortalidade e melhora a capacidade produtiva dos menos abastados. Apesar de a escassez deste bem caracterizar muitas cidades africanas, cerca de 89% da população urbana do continente usufrui hoje de uma oferta melhorada.


Luanda integra o leque de cidades africanas onde a aquisição de telemóveis é maior do que a existência de telefones fixos. O telemóvel facilita a conectividade e a comunicação e é um elemento catalisador para o crescimento, contribuindo para cerca de 3,5% do PIB da economia regional a cada ano, bem como para o emprego de mais de cinco milhões de africanos.