O navio transporta uma carga de 3 milhões de munições para armas automáticas AK-47, além de morteiros e lança-granadas. O sindicato dos transportes sul-africano recusou desembarcar a carga, mas o Governo já explicou que não tinha problema com este transporte de armas chinesas para o Zimbabwe.

Para a China, a polémica pode criar um novo embaraço em torno da questão dos direitos humanos. A situação no Zimbabwe é cada vez mais tensa, agravada ontem, pelo início de uma contagem parcial dos votos, envolvendo 23 circunscrições, de um total de 210.

A oposição, que venceu as eleições legislativas, afirma que o regime de Robert Mugabe está a tentar anular a maioria alcançada pelo Movimento para a Democracia (MDC), de Morgan Tsvangirai, que elegeu 109 deputados, contra apenas 97 do partido no poder, ZANU-PF.

Três semanas após as eleições, ainda não foram divulgados os resultados das presidenciais, que Tsvangirai afirma ter vencido na primeira volta. O Presidente Mugabe endureceu entretanto a sua retórica em relação à oposição, que diz ser manipulada por interesses "neo-colonialistas britânicos".

A recontagem dos votos decorre em circunscrições onde a ZANU-PF teve maus resultados. O secretário-geral do MDC, Tendai Biti, afirmou que o seu partido não aceitará qualquer alteração que resulte deste processo, pois "as urnas foram adulteradas". A comissão eleitoral do Zimbabwe diz que terá valores desta recontagem já na terça-feira.


* Luís Naves 
Fonte: Diário de Notícias