Luanda – O artigo “O MPLA e as mentiras sobre o  “4 de Fevereiro”: Os ditos “presos políticos” do MPLA eram Delinquentes” publicado por Makuta Nkondo no jornal Angolense, na sua coluna semanal denominada SIKAMA parece fazer desabar Angola. O artigo desmente o MPLA que usurpa a paternidade da libertação de Angola do colonialismo português e dos acontecimentos de “4 de Fevereiro” e da “Baixa de Kasanzi (Cassanje).

Fonte: Club-k.net

“Agora dizer que o “4 de Fevereiro de 1961” foi protagonizado pelos nacionalistas membros clandestinos do MPLA é uma pura mentira. O MPLA não existia naquela altura, nem ninguém sonhava que ele existiria”, referiu.

Makuta Nkondo revelou ainda que os ditos presos políticos do MPLA na Baia dos Tigres e em S. Nicolau, na antiga província de Mocamedes, hoje Namibe, em 1961, eram delinquentes, assaltantes, assassinos e violadores de mulheres.

“Um velho, antigo preso de S. Nicolau, na Província de Mocamedes, hoje Namibe, encontrado nas ruínas da antiga prisão, negou ter havido, no seu tempo, presos políticos pertencentes ao MPLA naquela casa de reclusão. Segundo o mesmo, os únicos presos políticos que estavam em S. Nicolau eram membros da UPA e do MDIA (Movimento de Defesa dos Interesses de Angola) de João Pedro Mbala”, esclareceu.

Os outros presos eram seguidores de Simão Gonçalves Toko ou membros da Igreja Tokoista, e os provenientes de Luanda eram maioritariamente delinquentes, assassinos e assaltantes”, acrescentou.

As reacções em volta do artigo são mitigadas e explosivas, segundo a inclinações partidárias ou ideológicas das pessoas.

Algumas felicitaram o articulista por dar mais um contributo na história de Angola que o MPLA tenta deturpar a todo custo, desmentindo algumas inverdades, outras condenam ou mesmo atacam-no considerando que este excedeu naquilo que chama por desrespeito às entidades, aos nacionalistas e heróis da libertação nacional.

A reacção mais musculada veio do confrade “Novo Jornal” no seu artigo intitulado “Angolense vilipendia “Processo dos 50” no qual condena em termos energéticos não só o autor da peça, como o jornal Angolense que permitiu a sua publicação.

“O insulto gratuito e a ofensa à memoria de todos quantos estiveram envolvidos na saga do “Processo dos 50”, protagonizado por Makuta N’kongo configuram um ataque à própria história de Angola,…” – escreveu o articulista anónimo.

Propositadamente, por ignorância ou por desprezo, este deturpou a ortografia do nome de Nkondo em N’kongo que, em língua Kikongo, têm significados diferentes. Por falta de assinatura, o artigo lança uma confusão sobre a identidade do seu autor; se é um dito “presos políticos” ou o próprio MPLA que o escreveu.

Atrapalhado, o jornal esqueceu-se que o direito de resposta se exerce no órgão que publicou a matéria, para que seja dada a mesma ênfase. “… O uso indiscriminado da liberdade, como o fez Makuta N’kongo num exercício recorrente de intromissão na privacidade alheia, na utilização sistemática de mentira, particularmente quando se trata de vários momentos da nossa história, pode resultar numa arma perigosa”, acrescentou.

A usurpação de título e a falsificação da história nacionais não são matérias de privacidade alheia, mas sim são crimes que devem ser denunciados e condenados por todos os cidadãos do país. Assim o fez Makuta Nkondo. Chamar um delinquente de nacionalista, herói ou preso político, não é abominável como é crime.

O Novo Jornal esqueceu-se que muitas testemunhas ou mesmo fazedores da história de Angola ainda vivem; razão pela qual esta (história) precisa de ser bem contada, evitando-se enganar o povo.

Que este jornal saiba que, quer queira quer não, Makuta Nkondo é uma testemunha viva e participou da guerra pela independência de Angola. Brincadeira a parte, Makuta Nkondo é mais nacionalista, herói e preso político do que muitos daqueles a que se atribui erradamente estes títulos.

Vae victis (malheur aux vaincus; infelizes os vencidos) – diz um adágio Latim. Para informação ao “Novo Jornal”, Makuta Nkondo foi pioneiro da UPA - quase participou na fundação deste Movimento que ocorreu na residência de papa Eduardo Pinnock situada no Quartier Sud, próxima da casa de Ngadi Michel, em Matadi, onde ele vivia, e, durante a guerra de libertação nacional, exerceu as funções de Secretário de todos os Delegados do GRAE (Governo Revolucionário de Angola no Exílio da FNLA) no Baixo-Zaire, hoje Baixo-Congo, desde Francisco Xavier Lubota, Artur da Costa Nkosi e Pedro James Ngimbi, sem esquecer Mendes Manguala.

Em Angola “independente”, Makuta Nkondo, foi várias vezes detido pela DISA e pela Segurança de Estado, respectivamente no Noki, província do Zaire, e em Luanda, onde passou cinco meses nas celas da prisão das Operações que funcionavam no local onde se encontra actualmente o Comando Provincial da Policia, frente ao Cemitério da Santana, acusado de ser agente do imperialismo americano.

E caso para dizer que Makuta Nkondo conhece uma parte da história da luta pela independência de Angola e é um sobrevivente dos genocídios que o MPLA perpetrou repetidamente contra os indígenas e autóctones deste país de Ntotela e chefes costumeiros.

E estranha a reacção inopinada e infundada do “Novo Jornal” que nunca condenou os insultos que muitos sectores do MPLA proferem contra os líderes políticos da oposição, nomeadamente da UNITA, e activistas cívicos considerados de inimigos.

Antes do surgimento do referido Jornal, em 1992, que se esqueceu das diatribes de António Kapapa e Mac Mahon contra o líder da UNITA, Jonas Savimbi, na RNA (Radio Nacional de Angola) e TPA (Televisão Popular de Angola) que o primeiro apelidava de narigão, etc., e o segundo de Kadelengo que o mesmo explicava como sendo “Cao mulherengo”.

Sem esquecer as campanhas de intoxição e diabolização de líderes da oposição e activistas cívicos com os programa “Hora Certa”, Sakaita e o VORGAN (Voz da Resistência do Galo Negro) falsa na imprensa dita do Estado.

Como se explica o silêncio do “Novo Jornal” sobre os artigos incendiários e insultuosos permanentes de Chico Adão, João Melo e pares no “Jornal de Angola” que diabolizam a UNITA e seus dirigentes?

Na Assembleia Nacional, os deputados do MPLA adjectivam seus colegas da UNITA de “sulanos”, “bailundos”, “rurais”, “assassinos com as mãos sujas de sangue”, etc, ao agrado do “Novo Jornal” que não muge nem tuge.

Um conselho gratuito ao jornal: A melhor maneira de fender o patrão é de mandar uma equipa de especialistas investigar os arquivos da PIDE-DGS (a antiga polícia secreta de Portugal) e da Torre do Tombo, sobre o assunto.

“Que na sua paranóia, se esquece que o cidadão Rui Ventura, isto é, Joe Gilmore, isto é, Holden Roberto, também fazia parte do mesmo processo, tendo sido julgado a revelia” – prosseguiu o articulista cobarde que não teve a coragem de apresentar a cara. Holden Roberto nunca diz ter sido preso político e nem esteve na Baia dos Tigres, S. Nicolau e Tarafal.

Se na verdade o MPLA considerava Holden de nacionalista e herói, porque o atirou na exclusão e no abandono total a ponto de precipitar a sua morte? Faltou luz, água, comida, saldo para o telemóvel e mesmo dinheiro para se tratar a este Pai do Nacionalismo angolano.

Holden morreu, o MPLA não se dignou dar um segundo de luto nacional em hora a este libertador de Angola. Se ele (Holden) teve um funeral minimamente aceitável, graças ao seu partido, a FNLA. O insignificante apoio que o MPLA fingiu dar foi a título de membro do Conselho da República, ou melhor, Conselheiro de José Eduardo dos Santos, que era o malogrado Holden.

O MPLA e José Eduardo dos Santos precipitaram subtilmente a morte do Presidente Holden Roberto. E o “Novo Jornal” calava-se!

Que pecado cometeu Makuta Nkondo ao revelar as versões dos antigos presos de S. Nicolau segundo as quais as pessoas que o MPLA apelida de “nacionalistas e presos políticos”, eram acusados de terem cometido crimes de delinquência, banditismo, roubo e violação sexual? Investiguem os arquivos da PIDE/DGS e da Torre do Tombo, em Portugal, sobre a matéria, para se apurar a verdade.

Em vez de agitar os espíritos e bajular, o “Novo Jornal” devia solidarizar-se com o seu confrade da mesma trincheira “Angolense” e colega Makuta Nkondo que é igualmente jornalista.

“E tempo dos responsáveis editoriais do jornal e as autoridades que acompanham a actividade profissional dos jornalistas, porém um ponto final no “terrorismo” deste cidadão que, desta vez e de cabeça completamente perdida, até se põe de jeito de levar como resposta um processo colectivo, quer por parte dos heróicos réus do processo dos 50 e seus familiares, bem como dos advogados de defesa e respectivas famílias” – escreve o “Novo Jornal” – escreveu, pedindo assim para que Makuta Nkondo seja levado ao tribunal.

A justiça é uma tribuna onde outros assuntos tabus podem ser revelados.

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