Benguela - Duas semanas depois de o Club-K ter dado conta de ventilações que atestavam a um possível suborno por parte de alguns magistrados do Ministério Público em Benguela, particularmente, ao Procurador Provincial Adjunto junto da Policia Económica, Dias Batista da Silva, no sentido de se abafar o processo em volta dos ex-responsáveis da antiga Comissão de Gestão das Empresas de Águas e Saneamento de Benguela e Lobito (EASBL), o Procurador-Geral da República em Benguela veio a público está semana garantir que o referido processo já foi remetido ao tribunal provincial entre quinta (1) e sexta-feira (2) da semana passada.
 

Fonte: Club-K.net
 
De acordo com o Procurador-Geral da República em Benguela, Domingos Manuel Dias, “o referido processo foi remetido a distribuição geral do tribunal, pelo que, aguardar-se-á pela pronúncia do juiz da causa para que o representante do Ministério Público (MP) junto aquele tribunal possa proceder à acusação na eventualidade de haver elementos suficientes de crime.

 
“A Procuradoria-Geral da República enquanto um organismo com a função de representação do Estado, no exercício da acção penal e de defesa da legalidade, é do seu interesse que este e tantos outros casos (processos) possam ser esclarecidos”, disse o mais alto magistrado do Ministério Público na província de Benguela acrescentando que “é preciso dizer que o Ministério Público não persegue e também não favorece ninguém em qualquer processo”.

 
Exonerados em finais de 2010, pelo governador Armando da Cruz Neto por se ter constatado graves irregularidades, consta que a comissão de gestão coordenada por Francisco Vieira Paulo “Chiquinho”, e coadjuvado por Ekumbi David (chefe de comunicação e imagem), Francisco Taty (chefe de Departamento Comercial), Luís António (chefe do departamento de tesouraria), e Domingos João (chefe de Operações) terão desviado pouco ou mais de  6 bilhões de kwanzas.
 

Um esquema que de acordo com fontes do Club-K estão implicados mais de 50 pessoas e mais de 100 empresas privadas grande parte delas pertencentes aos ex-responsáveis da anterior comissão e seus familiares.
 

Para a realização dessa prática fraudulenta que culminou com o desvio de 6 bilhões de kwanzas, o esquema utilizado foi a falsificação de documentos por via de fabricação de facturas e de outros contractos simulados, a entrega de obras públicas a favor de empresas que nunca realizaram os respectivos serviços de esteiramentos de condutas de distribuição de água potável e o fornecimento de viaturas e matérias diversos nunca comprados.

 
Parte desse dinheiro foi também desviado em alegadas compras de casas prefabricadas (mais de 1000) em Portugal, que nunca chegaram ao país e nem sequer teriam sido comprados.
 

Um outro esquema utilizado pela antiga comissão de gestão das Empresas de Águas e Saneamento de Benguela e Lobito (EASBL), para o desvio de volumosas somas em dinheiro foi através das actividades “filantrópicas”, mas especificamente no apoio de alguns clubes de futebol como por exemplo o Clube Nacional de Benguela.