Luanda –  Faleceu o general Nascimento Salvador Vaz “Kafarov”, ex-chefe da Direcção Nacional de Inteligência Militar Estratégica, vítima de doença prolongada, na  madrugada de 27 de Março, na Clínica Girassol, em Luanda.

Fonte: Club-k.net

Zé Maria recusava a prestar-lhe apoio institucional

ImageA morte do general representa uma enorme perda paras as Forças Armadas Angolanas.  O Comandante Kaparof, foi um dos mais temidos e respeitados chefes militares das extintas FAPLA, tendo-se destacado nos campos de batalha do Kuito-Kuanavale.


Apesar da constante glorificação das Batalhas do Kuito-Kuanavale, por parte do Presidente da República e de destacadas figuras do MPLA, como um dos maiores feitos históricos do seu poder, o general Vaz morreu de forma inglória.


Demitido do cargo que ocupava no SISM, de forma arbitrária pelo seu superior o General António José Maria “Zé Maria”, o general Vaz, teve de ser socorrido pelo chefe do Estado-Maior General das FAA, general Nunda, para que ao menos tivesse cuidados medicos até ao seu fim, numa cama de hospital, devido ao estado terminal do cancro que o consumia.


O General Vaz, para além de ter exercido vários cargos nas FAA, chefiou a Missão Militar Angolana na sua expedição ao Congo Democrático, que contribuiu para o derrube do regime de Mobutu. Chegou a desempenhar funções de Conselheiro do então Presidente Laurent Kabila.


Numa breve incursao ao sector privado, o malogrado teve a responsabilidade de organizar e liderar a equipa de segurança da De Beers em Angola, a convite do general Ndalu, presidente da referida multinacional no país.


A sua nomeação, em 2008, pelo presidente da República, para a chefia da Direcção de Inteligência Militar Estratégica dos SISM representou, para si, a caminhada para o calvário. O chefe do SISM, General Zé Maria, passou a tratá-lo abertamente como analfabeto, confiando-lhe trabalhos humilhantes que nada tinham a ver com a sua categoria nem percurso militar.


Durante a sua doença, o general Zé Maria, sempre se recusou a prestar o devido apoio institucional ao general, cujas modestas poupanças e salários eram continuamente consumidos pelo seu tratamento. O Presidente da República e o MPLA, sempre apegados à vitória do Kuito-Kuanavale, ignoraram, por complete, o homem, que no terreno deu o seu melhor para tal feito.

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