Benguela  -   Ponto prévio “ Qualquer má interpretação não é da minha autoria”. O acontecimento do momento, o golpe de Estado na Republica Centro Africana, efectuada pelo grupo Seleka, destituindo o presidente eleito  François Bozizé,  deixou o meu amigo jornalista local apreensivo quanto ao futuro de Angola. As suas palavras de “ temor, temiam” romper a estabilidade e a paz que com calor, lagrimas e sangue as conquistamos.

Fonte: Club-k.net

Entendia ele, que essas forças não actuam isoladas e via de regra, as potências ocidentais têm a sua mão secreta. - Questionou-me, se um dia também,  "os donos do mundo"virão para Angola?


Disse-lhe sem gaguejar que tudo só depende de nós, os angolanos. Temos uma paz militar a 11 anos, sem focos de resistências nem tao pouco indícios de emboscadas ou ataques relâmpagos. Quanto a isso, ainda há muito patriotismo. É sem medo de errar, é uma grandiosíssima victoria para o nosso povo generoso.


Entretanto, para que a paz militar se transforme em paz social e seja sinónimo de bem-estar, sem pestanejar para todos, é no nosso paupérrimo observar que se façam alterações bruscas ou progressivas e acabar a lentidão do sucesso e da propaganda. A liberdade de imprensa, os direitos humanos, o respeito pelas instituições/ órgãos, reconciliação nacional efectiva , numa única palavra, maior valorização do homem angolano.


A outra maior preocupação do meu “cliente”, deve-se com o destino do Presidente Eduardo dos Santos, tendo em atenção a sua idade de cristo no poder. Prossegui, na minha intervenção baseando unicamente no método de observação e no exercício de liberdade de expressão. O Dr Joao Paulo Nganga, refutava a teoria dos cadáveres, que “consiste em que só a morte de um líder, é a panaceia da vida dos seus subtidos e detractores.” Citou Exemplos de Jonas Savimbi e Holden Roberto. Estou plenamente de acordo com o ilustre professor. E acrescento “novidades”:


-Há no mundo de hoje, dois grandes exemplos de como os líderes, saindo do poder actuam secretamente nos bastidores! O Estado do Vaticano e a Cuba. Quando em 2008, aos 81anos Fidel Castro abandonou a presidência de Cuba, deu de oferenda ao seu irmão Raul Castro. Que efectou algumas reformas, como as liberdades individuais, reformas migratórias de 11 para 24 meses que um cubano pode permanecer no exterior, aumentou o trabalho autónimo, até limitou os mandatos de cargo por dois anos…Para mostrar ao mundo que era “nova criatura”. Tudo feito na nas barbas do mano mais velho. Embora haja que entenda ao contrario.


Quanto ao novo Papa Francisco, o “Papa dos pobres”. Surpreendeu primeiramente quando disse: “Uma igreja dos pobres para os pobres “.Pediu a redução do apartamento papal que segundo se diz ele terá dito aqui cabem 300 pessoas, continua a usar os seus sapatos pretos ofertados , visitou detidos lavando os seus pés, despensa protocolo… E a cada dia uma novidade! Tudo tendo o Papa Bento XVII, como mero expectador. Mas ao meu olhar não me parece verdade que o seu antecessor  tem assistido da bancada. Quiçá posso estar errado.


Em Angola, era possível um cenário idêntico, a saída do Presidente Eduardo dos Santos, não O pregou nem tao pouco O praguejo. Contudo um dia acontecerá.” Os seres humanos são limitados, e os cargos como o vento, não caminhava sempre na mesma direcção. Quem pensa que “as cadeiras “são vitalícias, senão é tolo e no mínimo um extraterrestre”. O Seu substituto actuaria como sombra. Faria reforma, como aconteceu nos primeiros momentos da Zimbo Tv. A empatia que granjeou do público ou faria como Obama fez supostamente desaparecer o “fantasma Bush”.


Sejamos coerentes! Grande parte dos líderes africanos como Kadhafi, Mugabe, Mubarak possuíam “passaportes especiais”, tinham relações privilegiadas pelo mundo fora. Diga-se “amigo de dedo e unha do ocidente.”Quando removeu-se o tapete, Kadhaf morreu ingloriamente e Mubarak em está fase terminal. Enquanto Mugabe, está assim-assim.


Sejamos coerentes! Há indicadores de reformas actualmente, porém há também obstruções que devem ser removidas, aprender a ouvir os outros, a chamada tolerância. Como diz a nossa Constituição Angola é una e indivisível. Senão um dia virão os malandros a pretexto dos direitos humanos. E nos destruirão. Que o diabo não leia isso!


Sabemos também que a idade avançada, obriga-nos a ter convicções até de coisas/situações erradas que um dia gravaram- se nas nossas mentes como verdades absolutas. Por isso as reformas são difíceis de as implementar. Com o presidente Eduardo dos Santos ou não, é urgente a construção de um Estado forte, unindo para todos sem separação!