Luanda - Os primeiros espaços comerciais do maior projecto mundial com a marca World Trade Center (WTC), em Viana, Luanda, começam a ser inaugurados no próximo mês. O Complexo WTC Luanda, promovido pela Parkgest, promete mudar a face do município de Viana, nos arredores de Luanda, criando milhares de empregos directos e indirectos e trazendo para Angola marcas que até agora não estavam presentes.

Fonte: SOL

Em declarações ao SOL durante uma visita ao projecto, Francisco Viana, CEO da Parkgest, revela que já em Abril vão ser inaugurados os espaços do Kero e Casa Viana. O Complexo WTC Luanda estende-se por 100 hectares (ha) – o segundo maior é o da Turquia, com 50 ha – e por todo o lado há movimento de máquinas e homens.

Alguns armazéns já estão concluídos e operacionais, como é o caso da Import-Trading, da Fermate, outros estão quase prontos, outros ainda não estão em obra – até porque nem todos os espaços estão comercializados. «Os trabalhos de obra no terreno, com a construção de fundações e das infra-estruturas básicas, arrancaram há cerca de três anos e o projecto deverá estar 100% operacional daqui a cinco anos», explica o empresário, que lidera uma sociedade onde o Estado, através do Ministério da Indústria angolano, também detém uma posição.

«Este projecto é um bom exemplo de uma parceria público-privada», diz Francisco Viana, que adianta que a procura de espaços tem sido elevada o que, por vezes, ‘obriga’ a alguma reflexão ‘estratégica’ para que tudo possa funcionar de forma equilibrada, nomeadamente em termos de condições de sustentabilidade.

Junto ao parque de estacionamento da futura Moviflor, Francisco Viana preocupa-se com um embondeiro – um dos ‘símbolos’ de Angola – que terá de ser ‘transplantado’ para outro local. Fala com o responsável da obra, faz perguntas, dá instruções. «Vai ficar pessoalmente responsável por este embondeiro», adianta ao empreiteiro. «Vou querer saber como correu a mudança», acrescenta.

A preocupação com a sustentabilidade e o respeito pelo ambiente, garante, é permanente. «Uma obra desta dimensão tem sempre impactos, mas procuramos minimizá-los ao máximo», afirma. De acordo com a Parkgest, cerca de 16% do espaço do WTC Luanda vai ser ocupado por zonas verdes. E o transplante de árvores, nomeadamente embondeiros, é uma das missões a que o CEO dá mais atenção.


No complexo, mais tarde ou mais cedo, vão surgir diversos projectos emblemáticos. Ao longo de 100 ha, haverá de tudo um pouco: retail (102 mil m2, incluindo um centro comercial, um retail park e lojas de rua), escritórios (dois edifícios de 16 andares, onde haverá um centro de convenções e um centro de empresas, num total de 102.500 m2) e área residencial (um condomínio de dois edifícios com cerca de 800 apartamentos, ocupando 100.500 m2) e hospitalar.


Mas também existirão hotéis de quatro e cinco estrelas (a área de hotelaria e turismo ocupará 31.500 m2) e uma universidade, a par de uma escola de prestígio. «A ideia é ter uma escola de qualidade internacional», revela o gestor, que ainda está a negociar parcerias para esta e outras infra-estruturas do WTC Luanda.


No total, a área dedicada à formação (incluindo um pólo tecnológico) atingirá 48 mil m2. Haverá, ainda, um estádio.


Mas é a área industrial e logística que vai ocupar mais espaço: ao longo de 165 mil m2 existirão 84 indústrias e quatro unidades logísticas, num município marcado por um forte avanço empresarial e populacional onde Francisco Viana decidiu criar uma associação empresarial.


Em termos de marcas, nalguns casos o segredo ainda é a ‘alma do negócio’, mas muitas já dão a cara. Haverá lojas da Zara, Walmart, Moviflor, Fermate, Movimar (cozinhas, que já está operacional), um projecto da Refriango e um centro logístico da NCR.


O WTC está situado a cerca de 20 quilómetros do centro de Luanda e a 10 quilómetros do futuro aeroporto internacional da capital angolana. Situa-se em frente ao Porto Seco de Viana e está na margem da via férrea de Luanda e a dois quilómetros da Via Expresso Benfica-Cacuaco.