Luanda  -  Nas últimas horas, as “redes sociais” do plebeu (SMS via celular) têm sido agitado com notícias de “última hora”, primeiro a solicitar para a população não ingerir (entenda-se; consumir) nenhum produto da REFRIANGO, como por exemplo; blue, água pura, redcola, sumo nutry, etc…por (alegadamente) um dos trabalhadores da referida empresa (não se sabe porque motivo) introduziu propositadamente seu sangue contaminado com SIDA.

Fonte: Club-k.net

Horas depois de a notícia circular, via celular e também em algumas redes sociais eletrónicas (passe o termo), a REFRIANGO contra-ataca, “mexendo” com todas as “armas” e “munições” ao seu alcance, fazendo uma demonstração de “força” do seu real PODER; rádios, TV, indivíduos do executivo e conhecidos “palradores ou profissionais bocas de aluguel” (os tais boca azul), vieram ao de cima, defendendo o “confrade”, não deixaram também de utilizar os mesmos meios, SMS via celular e “não vá o diabo tece-las!” – raciocinaram entre eles…

Certamente os ‘boca azul’ regressaram a casa, com algumas caixas do produto Refriango (a bordo dos seus lustrosos SUV), e um pequeno envelope no ‘bolso’ para fazer propaganda nas cantinas que proliferam no nosso meio, certamente algumas pessoas da minha faixa etária e os ‘mais velhos’ lembram-se como (por exemplo) a cervejeira CUCA do tempo da outra senhora, fazia essa publicidade.

Foi uma autêntica surpresa para mim este “mexe-mexe” como diz a minha mamã.

Afinal as redes sociais têm um poder que só agora a casta, quero dizer a classe dirigente está a digerir, pelo que parece com alguma dificuldade e a ‘contra-gosto’.

KAMULINGUE e KASSULE

A quando do desaparecimento de Kamulingue e Kassule, as SMS e as redes sociais, “fizeram barulho” sobre o assunto, muitos meses depois, depois de tanta insistência dos jovens do Movimento Revolucionário Juvenil, alguns dos dirigentes do topo, justificando o seu pernicioso silêncio sobre o assunto, argumentaram assim;

“Os familiares e os amigos dos malogrados, fizeram passar tal notícia nas redes sociais e a alguns órgãos de comunicação privado, ao invés de se dirigirem aos órgãos competentes para elaborarem a denúncia, isto é fazerem constar o desaparecimento dos mesmos.”

Quem ouviu tais indivíduos da superestrutura da casta digo da classe dirigente a ‘falar’ ficou com a nítida impressão, que “ELES NÃO LIGAM NENHUMA AS CHAMADAS REDES SOCIAIS”… quer dizer não estão nem aí, para as “baboseiras” que circulam nos tais meios.

Pois então, agora que os interesses económicos estão em risco, e sabendo eles da “força na crença” popular em alguns ‘boatos’ estrategicamente difundidos (quem não se lembra da estrondosa e ‘gloriosa’ queda no mercado Angolano da cerveja Sul-africana castle, no tempo que era a cerveja mais popular em Angola)…

Não me identifico com o boato mencionado no genesis desta, fazendo referencia a ‘contaminação’, nem tão pouco me vinculo ao “contra-ataque” da Refriango, por se tratar de algo sem real interesse para a esmagadora maioria da população.

Onde estavam estes indivíduos do poder e da comunicação social, quando se falou da greve dos trabalhadores da Refriango? Onde estavam e quem saiu na defesa dos interesses dos trabalhadores da Refriango? Houve e há ‘cenas’ de puro racismo no interior da empresa, vencimentos miseráveis, e outros ‘rasgos’ de descriminação, apesar do alerta e pedido de ‘socorro’ dos trabalhadores, nunca a imprensa ou representantes do executivo “vieram em socorro” dos trabalhadores da Refriango.

A Refriango na sua mensagem diz: “defende a verdade”, a verdade é que neste sistema implantado pelos confrades e proprietários de todas as ‘Refriangos’ do País, defender a verdade é PECADO.

A VIDA È UMA FESTA?

A vida seria uma festa, se cada criança angolana não importa a sua localização e condição social, pudesse consumir uma latinha de blue por dia. Mas como tal é possível, se a mesma (Luanda e arredores) custa 75 cêntimos de USD e na maior parte do país; UM USD.

Como tal é possível se milhões de famílias angolanas, sobrevivem com menos de USD2 dia?

Porque não fazem passar esta verdade!

Isomar Pedro Gomes