Lisboa –  O gabinete presidencial  indeferiu parcialmente alguns nomes que constavam numa lista de proposta do Ministério do Interior destinadas a proceder com nomeações a nível das estruturas máximas da polícia nacional. Tratam-se de  propostas ao qual o comandante-geral, Ambrósio de Lemos, havia aprovado numa reunião do CDN, realizada com os quadros, no passado dia 14 de Fevereiro.

Fonte: Club-k.net

Salvador “Dodó” chumbado para 2º Comandante-geral

O nome do inspector-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Salvador José Rodrigues “Dodó”, que fora proposto para ocupar o lugar de 2º Comandante Geral da PN para a Área de Protecção e Intervenção terá sido relegado. Esta é a segunda vez que o gabinete presidencial desconsidera o nome de Salvador Rodrigues “Dodó”, a quem se diz não gozar da estima de José Eduardo dos Santos (JES).

A primeira vez que o mesmo foi proposto ao cargo de  2.º Comandante Geral da PN, foi em finais de 2006, tendo, na altura,  o gabinete presidencial optado pela nomeação do comissário-chefe, Alfredo Manuel Mingas “Panda”.

Em meios  que acompanham o dossiêr, invocam  que a recente suspensão por parte do gabinete presidencial terá sido precipitada, em função da  movimentação lobista de  alguns comandantes/visados descontentes (José Alexandre Canela, Francisco Massota, António Sita entre outros) que terão movido influências junto de sectores da Casa Militar da Presidência da República para inversão do processo.

O comandante do Zaire, Comissário Francisco Massota que estava prestes a  ser nomeado como director da escola de formação da Ordem Pública "Capolo II", em Luanda, terá  manifestado sinais de recusa para o novo cargo.  O mesmo aconteceu com o actual director Nacional da Polícia Económica, José Alexandre Manuel Canela que estava destinado a dirigir o comando da policia no Kwanza-Norte. José Canela terá já se manifestado, em fóruns próprios, de  que não vai trabalhar para aquela província.

Há conhecimento de que numa reunião recente, o Comando Geral da PN voltou a reiterar a sua decisão de reestruturação do CGPN apostando mais em quadros jovens. A percepção mais corrente é de que, cada dia que passa, o comando geral da polícia vê a sua autoridade/posição fragilizada, em função das influências dos descontentes, a qual descrevem como  “derrota do CGPN”.

No entender de observadores, foram as (movimentações lobistas dos descontentes) que causaram os atrasos deste processo de nomeações. Acrescenta-se, também, a este impasse,  a ausência do Ministro do Interior, Ângelo  Viegas Tavares, que voltou de férias no dia 29 de Março. Cabe ao mesmo analisar e remeter as propostas de nomeações do comando geral, a Presidência da República para serem confirmadas por despacho presidencial.

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