Luanda - A secretária-geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) foi eleita, esta terça-feira, 2 de Abril, vice-Presidente da Federação Africana de Jornalistas, durante o Congresso da organização que decorreu em Casablanca, Marrocos. Com a devida vénia transcrevemos o conteúdo de um despacho sobre este acontecimento da maior importância para a vida do  SJA que nos chegou através da PNN.

Fonte: PNN Portuguese News Network

luisa rogerio1.jpg - 13.01 Kb“Trata-se da primeira vez que um país lusófono assume um cargo na direcção do referido órgão.Por seu lado a Presidente da Associação dos Jornalistas Caboverdeanos (AJOC) foi eleita uma das coordenadoras do Comité Pan- Africano para as questões de género.


Maria Luísa Rogério foi nomeada vice-Presidente, subordinando-se ao nigeriano Mohamed Garba, na votação para a nova direcção da Federação Africana de Jornalistas (FAJ), feita no 3.º Congresso Continental da associação, que representa mais de 50 mil jornalistas em África.
Mohamed Garba substitui o somaliano Omar Faruk Osman Nur, que presidiu à FAJ nos últimos seis anos.


A agora vice-Presidente da FAJ, Maria Luísa Rogério, considerou, em declarações à agência Lusa, que a sua eleição é uma «vitória para a Língua Portuguesa» e prometeu trabalhar para melhorar o estatuto do Português, no seio da organização.


«A Língua portuguesa é, segundo os estatutos, uma das três línguas oficiais da FAJ, mas todos os documentos e em todos os congressos só se usa o inglês e o francês. Mas vamos trabalhar para mudar este cenário», referiu a jornalista angolana.


No congresso, o sindicato angolano e a Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) apresentaram uma moção que foi aprovada, para que todos os documentos da instituição sejam traduzidos para a língua portuguesa.


Carla Lima, Presidente da AJOC, considerou tratar-se de uma «vitória importante», já que a falta de documentos em português «limita a participação dos jornalistas lusófonos» nos trabalhos da FAJ, uma organização em que estão representados Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.


«Os nossos associados têm tido uma participação limitada, já que os documentos e os encontros decorrem apenas em inglês e em francês. A partir de agora, acredito que não só os membros dos nossos sindicatos terão melhor participação, como também os líderes sindicais poderão exprimir-se em português, fazendo uso de um direito que já era reconhecido aos outros, o de expressar-se na sua língua», defendeu Carla Lima.


A representante dos jornalistas de Cabo Verde foi também eleita neste congresso, juntamente com outras quatro mulheres (da Guiné Conacri, Nigéria, Zâmbia e Marrocos) para formar o Comité Pan-Africano de Género da FAJ, tema que, pela primeira vez, foi incluído como um dos principais no evento.


«O Comité Pan-Africano de Género foi formalmente criado neste congresso, fazendo da FAJ a primeira filial da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) a ter uma estrutura especial para atender às necessidades, interesses e questões de jornalistas mulheres», afirmou Carla Lima.


«O comité irá trabalhar para a implementação de conselhos de géneros em todos os sindicatos filiados na FAJ e ainda trabalhar o empoderamento das mulheres para fomentar a formação de novas lideranças no feminino. É algo que precisávamos já que, por exemplo, dos 40 líderes sindicais presentes, apenas cinco são mulheres. Há ainda muito por fazer em África neste domínio», frisou Carla Lima.