Luanda - Será que a estratégia utilizada pelo executivo é realmente eficaz na redução da pobreza em Angola, principalmente nos grandes aglomerados urbanos? Tais como;- ‘produção’ de mercados na periferia, ofertas de kits profissionais etc…

Fonte: Club-k.net


É de facto elogiável o esforço, principalmente na construção de escolas e postos médicos, mas!.. Será de facto útil, está o executivo na direcção certa?

E o que é mais importante a “estratégia acima mencionada”, Diminui de facto a pobreza? Ou é simplesmente um mero paliativo ou uma astuta dissimulação, para “Inglês ver!” – a maior parte das escolas, ‘ganham’ pouco depois um aspecto ‘zoombie’; ficam miserável e ‘misteriosamente’ sem carteiras, sem portas, sem janelas e se prestarmos bem a atenção verificaremos que, são frequentadas por alunos, maior parte deles quase ‘zoombie’, famintos e doentios. Professores na sua maioria desmotivados, ‘cansados’ e vítimas da ‘situação’ quer dizer do assunto em pauta. Quanto ao posto médico, a maior parte dos mesmos sem medicamentos e pessoal qualificado não muito distante do professor acima mencionado.

SANEAMENTO URBANO

Na minha modesta opinião, todo o esforço de combate a pobreza, deve ter incontornavelmente como ponto de partida; O saneamento básico/urbanização dos ‘musseques’ que hoje estão num estado completamente caóticos. Um componente vital do saneamento básico é o diário suprimento por parte de quem de direito de abundante água 24h/24h.

As terríveis consequências da falta de saneamento, adiciona ao plebeu um pesado fardo financeiro, pois não há família nos grandes centros urbanos e não só, principalmente em Luanda, que mensalmente não gaste dinheiro para a compra de anti palúdicos, medicamentos para combater doenças diarreicas etc. em alguns sítios a cólera que já estava debelada, está de volta e “com raiva”… e vai ‘produzir’ (com retroativos) uma horrorosa ‘ceifa’ de vidas, se tivermos em conta a actual e já pavorosa ‘ceifa’ da malária…

Não há dinheiro que chegue, para fazer face a tanta e tamanha desgraça, numa família de seis membros, uma média de dois membros estão doentes ou sofrem de alguma enfermidade por mês… em cada 20 famílias em Luanda, uma tem um óbito/mês. Experimente caro leitor permanecer por 8horas junto de um grande cemitério, e vai verificar pelos seus próprios olhos, e imagine o macabro quadro no mesmo espaço de tempo nos outros grandes cemitérios.

AS IGREJAS MILAGREIRAS

Por isso o plebeu autóctone recorre as igrejas milagreiras e por isso estas, proliferarem ‘milagrosamente’ bem como o seu ‘braço direito’ os quimbandas de toda a sorte e espécie, que impiedosamente ‘caiem’ por ‘cima’ do pobre.

Se o saneamento urbano, fosse eficaz, regular e permanente, reduziríamos sim a pobreza, porque uma grande parte do orçamento familiar seria poupada para outros fins, como a aquisição de alimentos de qualidade, proporcionando seguramente uma melhor qualidade de vida. Os petizes frequentariam as escolas com alegria e teriam melhor aproveitamento, assegurando o sadio “futuro da nação”.

Anexado ao suprimento ininterrupto de água potável a Pobreza estaria sim condicionada assim como uma serie de doenças relacionadas, que afligem tanto a população adulta como a infantil, a taxa de mortalidade a todos os níveis estaria reduzida.

Creio inclusive que reduzir-se-ia a taxa de criminalidade nos grandes centros urbanos.

Isomar Pedro Gomes