Deficiências ao nível das infra-estruturas:
Enrgia, água (...)

A consultora reconhece que "a conjuntura de paz e estabilidade social e política que se vive actualmente em Angola vem criar as condições necessárias para a continuação ou mesmo aceleração do esforço de reconstrução e modernização do país, não sendo difícil perspectivar o crescimento da economia como um processo irreversível".

"A rapidez e magnitude das transformações que estão a ocorrer no país irão traduzir-se no aumento das necessidades da sociedade e do tecido empresarial angolano e na elevação do seu nível de exigência e sofisticação, tornando imprescindível a existência de um sector financeiro competitivo e preparado para responder às solicitações cada vez mais complexas dos seus clientes", lê-se no relatório.

A KPMG considera que o mercado financeiro angolano enfrenta dois grandes desafios: "potenciar o seu crescimento, tirando partido das oportunidades oferecidas pelo dinamismo da economia", e "conseguir gerir de forma eficiente os riscos subjacentes a um processo de transformação acelerado".

No relatório "Desafios da gestão de risco em Angola", a KPMG define como "crucial a convergência de esforços entre as entidades governamentais, órgãos de supervisão e os próprios agentes que operam no mercado, no sentido de dotar o país das infra-estruturas e dos instrumentos indispensáveis à modernização do sector financeiro".

A KPMG realça que "a ausência de instrumentos modernos de mitigação de risco de crédito, de mercado, operacional e de liquidez, poderá constituir um sério obstáculo ao crescimento deste sector".

"Os problemas relacionados com o registo de propriedade e a protecção jurídica dos direitos dos credores têm contribuído para limitar a utilização de garantias como instrumento essencial de mitigação do risco", acrescenta.

A consultora enaltece a anunciada abertura, a curto prazo, do mercado de capitais angolano, mas sublinha que a dualidade de moeda que caracteriza o sistema financeiro angolano "expõe as instituições financeiras às flutuações do dólar norte-americano, implicando a necessidade de adopção de mecanismos eficazes de gestão de risco cambial".

A KPMG nota ainda que "as deficiências ao nível das infra-estruturas continua a expor as instituições a quebras de serviço originadas por falhas no fornecimento de energia, avarias nos sistemas informático e de comunicação, ou falta de água".

Fonte: Apostolado