Lisboa - As suspeitas, que correm em meios políticos angolanos, segundo as quais o Procurador Geral da Republica, general João Maria de Sousa, iria proteger o general “Kopelipa” das queixas-crimes avançadas pela UNITA, são justificadas pelo elo que os une. Foi o Chefe da Casa Militar da PR, o principal entusiasta da sua nomeação para o cargo de PGR, depois de este ter desempenhado papel considerável na condenação de Fernando Miala em 2006. (João Maria de Sousa era na altura, o Procurador Militar).
Fonte: Club-k.net
O advogado de um, é o advogado do outro
Para além da amizade que os une, foi notado que, em Portugal, por exemplo, ambos partilham o mesmo advogado, Paulo Amaral Blanche. Ou seja, A mesma pessoa que presta assistencia juridica a Procuradoria Geral da República (PGR), nas questões sobre o resgate dos dinheiros roubados do BNA e transferidos para Portugal, é também a mesma que defende o general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, nas acusações de crimes de fraude e branqueamento de capitais que lhe são feitas em terras lusa.
Para além, destas duas figuras, Paulo Amaral Ablanche, que em meios portugueses opostos ao regime angolano, o referem por “o advogado dos ladrões” é também o advogado de Manuel Vicente, Higino Carneiro e Dino do Nascimento, todos eles entre os homens mais ricos de Angola e envolvidos em vários casos de corrupção.
Factos a considerar
- Em Janeiro de 2010, a Procuradoria Geral da República (PGR) emitira um comunicado informando que Paulo Amaral Blanco era o seu advogado no âmbito da queixa crime apresentada pelo Estado angolano na justiça portuguesa contra o advogado Francisco Cruz Martins e os empresários Eduardo Capelo de Morais e o tenente-coronel António Figueiredo, todos portugueses.
- Em Novembro de 2012, a transportadora área TAAG teve problemas (foi retida no aeroporto do Porto) e Paulo Amaral Blanco foi o advogado da Campânia de bandeira nacional
- Em tempos, o PGR foi acusado de ter ficado com 10 milhões de dólares do caso BNA e ter depositado na conta de Paulo Amaral Blanco e foi o mesmo que apareceu como advogado a negar desvios dos referidos valores.
- Há poucas semanas atrás, a revista portuguesa Sábado revelou que as autoridades portuguesas congelaram 11 milhões de euros de Edmilson de Jesus Martins, enteado do Vice- Presidente de Angola, Manuel Vicente e foi Paulo Amaral quem novamente deu as caras como advogado do rapaz.
- A mesma revista deu conta que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) de Portugal decidiu reabrir o processo crime sobre a venda de 24% do BESA à Portmill, empresa conotada ao trio presidencial, (“Kopelipa”, Dino e Manuel Vicente), e aqui foi igualmente Paulo Amaral Blanco que apareceu como advogado dizendo ao Ministério Publico português que não seriam dadas mais explicações por causa do sigilo comercial dos negócios e porque Angola era “um estado independente”.
Analise/ reflexão
O facto de o PGR João Maria de Sousa e o General “Kopelipa” partilharem o mesmo advogado revela a ligação daquele magistrado com o chefe da Casa Militar ao ponto de ser o circulo presidencial de lhe “impor” advogado. Fica claro que o PGR subordina-se ao general “Kopelipa” e que em momento algum ira aceitar queixas-crimes contra quem lhe ajudou a estar neste cargo e que lhe dá advogados para prestar serviços a procuradoria.