Luanda - O antigo Primeiro-ministro da República de Angola Marcolino José Carlos Moco esclarece que não está preocupado em atingir cargos políticos de relevo no aparelho do estado angolano. O político falava a propósito de recentes observações segundo os quais a sua presença em actos políticos de partidos na oposição estaria supostamente ligada a sua pretensão de ganhar notoriedade para fins políticos.

Fonte: Club-k.net

Os comentários são alimentados pela publicação de um relatório em 2012 sobre a situação flagrante de violação dos direitos constitucionais e de direitos humanos no Município do Lubango, Província da Huila, a quando das demolições que ocorreram naquela região de Angola.

Por outro a presença de Moco, à título de convidado, no primeiro Congresso Extraordinário da CASA_CE que decorreu de 02 a 04 de Abril de 2013, no Centro de Convenções de Talatona, assim como na abertura da II Convenção Nacional do Bloco Democrático realizada de 26 à 28 de Abril último também são associados a uma alegada vontade do Jurista pretender vincar os seus ideais para fins inconfessos.


Em entrevista a alguns órgãos de informação, por ocasião da última Convenção do BD, realizada no Centro de Formação e Cultura do Cazenga, CEFOCA, Marcolino Moco disse não ser esta a sua aspiração, alegando ter interesse em estabelecer uma plataforma nacional para despertar os angolanos. “Eu não tenho esta preocupação, não estou a trabalhar na plataforma da oposição. Estou a trabalhar na plataforma nacional, fazendo apelos para que este país desperte, inclusive até mesmo para o Presidente da República, frisou o político.
 

O antigo governante e figura proeminente do MPLA mostra-se intranquilo com o rumo do país. Contrariando declarações que afloram que o país tem rumo Marcolino José Carlos Moco disse que o momento não é propício para se falar numa possível ascensão ao mais alto cargo da nação angolana, por isso fez um apelo ao presidente da República. “Não sei se ele (o Presidente da República) não se apercebe, está a preocupar muitas pessoas. Provavelmente ele não se apercebe disto, mas devia saber que mesmo as pessoas do estrangeiro e pessoas aqui dentro do país que passam toda a vida a bajulá-lo estão preocupadas com a direcção que este país está a ter, concluiu o ex secretário geral do MPLA, para quem, o grande objectivo é trabalhar na plataforma da reconciliação nacional com vista a um melhor rumo do estado angolano.
 

Ainda a propósito da vida do país, o político do MPLA não poupou críticas aos órgãos de Comunicação Social públicos e privados. “A Comunicação Social pública só toca a mesma nota, está completamente manipulada”, disse.

 
A título de exemplo Moco aponta as publicações diárias do Jornal de Angola e o Canal 2 da TPA alegadamente entregue aos filhos do Presidente da República. Sobre a mídia privada, o político disse ter sido toda comprada por elementos ligados ao poder político angolano.
 

Marolino Moco que também já foi Secretário Executivo da CPLP disse estar aberto ao diálogo com todas as forças políticas do país com vista a reconciliação nacional necessária para o povo de Angola.
 
Marcolino José Carlos Moco foi Primeiro-ministro de Angola, de 1992 a 1996 e Secretário Executivo da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa de 1996 a 2000. Foi Secretário para os Assuntos Políticos no Bureau Político do MPLA, trabalhando nas reformas políticas e económicas que introduziram profundas transformações no regime político angolano e ascendeu a Secretário-Geral do MPLA, cargo que exerceu de 1991 a 1992.
Actualmente é Conferencista e palestrante, escreve, igualmente, para alguma imprensa nacional e estrangeira, sobre matérias de Direito e Cidadania.

 

* Agostinho Gayeta\Jornalista