Luanda  - A política é a arte de fazer curvas ou descrever linhas quebradas mantendo a rectilínidade, recuar e avançar (ganhar e perder/dar e receber), a arte de equilíbrio, negociação ininterrupta, adaptação constante, prestidigitador, pintar bravamente no horizonte e com imaginação a proximidade da aurora mesmo quando esta, ainda se encontra distante.

Fonte: Club-k.net

Proclamar ainda hoje que a chamada ajuda Cubana (civil e militar) a Angola, nos difíceis tempos do ‘mono’ foi desinteressada e que foi a magnânima materialização do célebre Internacionalismo do Proletário, ou ainda chamar os EUA inimigo dos povos oprimidos, e a Rússia (herdeira da extinta URSS) em parceria com a China amigos dos povos oprimidos. (Proclamações ratificadas no século passado), é no mínimo lembrar o comediante Calado Show!

Lição a reter; tudo é mutável nada é estático.

Bwé Lixado Porque Zeca?

Tenho acompanhado com preocupação, os comentários de certos indivíduos nas redes sociais, a mencionarem artigos de opinião  principalmente de um certo “Zeca Bwé Lixado de Lisboa”, que aproveita-se de ‘qualquer coisa’ para chamar “assassinos” ao partido UNITA e individualmente chamar  de “Kwacha de merda!” algum outro comentarista que emite opinião contraria a sua e outros epítetos obscenos, que bravura! Comodamente acoitado em Lisboa, de outro modo não podia ser! Sob a cobertura de “um heroico” pseudónimo, se é que assim se pode chamar ao seu anacrónico apodo; “Zeca bwé lixado”.

Pelos vistos deve estar a ranger de dentes, bwé lixado com a paz “que estamos com ela” (por isso em Lisboa), está bwé lixado pelo calar das armas, por isso a ansiedade doentia de semear a discórdia e instilar o ódio e tendo como alvo preferencial um dos partidos angolano legalmente implantado no panorama político nacional, que por sinal foi um dos actores da guerra “que estivemos com ela” de triste memória (a-propósito; com que oculta e malvada intenção o tal de ‘bwé lixado’ assim procede?), certamente vai dar uma de vitima e citar que perdeu familiares durante o longo conflito armado que caracterizou o passado recente de Angola. Quem não perdeu familiares? Conheço uma mãe no Huambo, que perdeu 9 filhos e o marido, hoje vive irremediavelmente só, mas a Heróica senhora, não nutre nem destila ódio de qualquer espécie.

Agarra que é Assassino!

Devo esclarecer que não sou militante da UNITA, mas como Angolano que me prezo ser (não tenho necessidade de acrescer o termo ‘genuíno’), defendo a PAZ, e sustento que chamar assassino a UNITA, depois de 11 anos de paz, não é no mínimo sensato nem avisado. Claro que muita gente (eu incluído) teve no passado e provavelmente ainda muitos têm razões para apelidar de assassino a UNITA ou a alguns de seus dirigentes, mas neste ‘campo’ muita gente tem e teve razões para de igual modo e pelas mesmas esmiúças chamar assassino alguns dos dirigentes do partido MPLA… há alguma dúvida?!

 Por outro lado, chamar de assassino a todo o conjunto por erro de uns poucos e manter-se aferradamente a este titulo mesmo quando muito tempo depois (onze anos) a UNITA, deu/está dando bastas provas de que fez uma transformação radical de 90º, raia tal comportamento a; Ódio infundamentado, Raiva incontrolada, Buçalice desgarrada, Matumbice da ‘parvónia’, etc.

Muitos Angolanos num passado não muito longínquo, tiveram razões para chamar de assassinos muitos colonialistas portugueses que ‘passaram’ por Angola, que cometeram crimes hediondos (e vice-versa), porem nunca os angolanos (na sua maioria) consideraram que TODOS os portugueses, são ou tivessem sido assassinos, aliás tal seria uma crassa estupidez, e a prova está no nível de relações que hoje os dois povos e países mantêm a todos os níveis, embora nos primeiros anos da independência de Angola, houve uma certa e compreensível crispação e distanciamento, houve, verdade se diga esforços consideráveis nos dois lados, para não olhar e levar em consideração o passado, mas sim o futuro (ambos tiveram de engolir sapos vivos) em nome da vida e dos reais interesses dos dois povos e países.

O TOURO E O RETORNO A VIOLÊNCIA

“Quem olha e deixa remoer-se pelas mágoas do passado, perde-se! E não se localiza no presente e o que é pior, absolutamente não visiona nenhum futuro!” Tal individuo pode assemelhar-se a um touro que sem olhar ao alvo marra contra o mesmo, ainda que o alvo esteja localizado na berma de um fatal precipício. Lição a reter; “ Periga a vida a si e aos que lhe rodeia; não saber fazer a leitura do contexto para interpretação correcta e actual do texto”.

Hoje chamar, AINDA os portugueses de colonialistas ou a eles atribuir culpas do nosso “mal-estar”, já é risível e anedótico, quer dizer não é sério! (nos anos 1975 – 1980 era parte integrante da politica real e fazia as pessoas ranger os dentes).

Alguns compatriotas, sarapintados de sentimentos confusos e interesses imediatistas e sobretudo individualista (sem olharem para os interesses do povo e do País), na sua maioria agasalhados na comodidade da “estranja” apelam subtilmente (fazem apelos velados) para o recurso a violência descabida, o recurso as armas, o deflagrar da guerra, porque no entender deles; “é a única forma de apear o MPLA do poder”.

Tais compatriotas (?!) que assim pensam, são os mesmos (pertencem a mesma classe/club) que terminado o conflito armado que dilacerou horrível e cruelmente o tecido humano e material do País por quase 30 anos, ainda chamam o MPLA (no seu conjunto) de assassinos ou a UNITA (no seu conjunto) de matadores… lembrar as agruras da guerra e fazer deles bandeira para atiçar a violência, não é uma conduta digna de alguém que se diz ser Angolano, desconsidera o passado, não se posiciona na realidade do presente e recusa-se criminosa e obstinadamente em construir um futuro HARMONIOSO.

O PASSADO!

Angola foi o País de Africa mais despedaçado com uma das guerras mais longas e impiedosas do planeta e tal desgraça está ainda bem patente na memória da maioria do povo. Se na UNITA houve a queima das bruxas e outras barbaridades a mando ou durante o consulado de Jonas Savimbi, no MPLA houve o 27 de Maio a mando de Agostinho Neto, e ainda decorre muitas atrocidades a serem praticadas, sob o consulado de JES, é só ler o livro (exemplo); Diamantes de Sangue e inteirar-se da história recente de Kamulingue e Kassule, que constituem apenas a ponta do iceberg, mas nem por isso concordo e alinho no apelidar o MPLA, partido de assassinos ou de bárbaros.

Será que o bwé lixado que é Zeca, chama o MPLA e JES de assassino?!

Até porque, só os que estiveram debaixo de fogo cruzado, ou bombardeamento cruzado sabe o que a guerra significou e significa. No teatro de operações militares, é quase impossível ‘fazer cuidar’ e valer, “os direitos humanos.” Ora assim é, porque só a existência ou o suceder de guerra em si, é uma clara e flagrante violação ao direito humano e ao direito a vida. Por isso ‘vemos’ e ouvimos de evidentes violações aos direitos humanos e a convenção de genebra, praticados por soldados do exército (mais bem preparados do mundo) dos EUA no Afeganistão, Iraque etc.

Provavelmente o Zeca que é bwé lixado está chamando de assassinos as forças armadas Americanas, ok!...

Tenho o incomensurável orgulho de mencionar que SOU ex-FAPLA! (desde 1974, com 16 anos de idade) sei, conheço na carne, que o soldado sob stress da guerra é quase meio humano ou menos, considere que nas guerras africanas os soldados de ambos os lados servem por uma vida, só são desmobilizados quando está gravemente ferido, amputado um (ou mais) dos membros, ou quando finalmente é ‘desmobilizado’ por uma bala, isto é morre. Por isso imagine-se o que faz com a arma na mão, quando sob stress agudo e permanente. Longe de mim querer justificar ou branquear o comportamento criminoso seja de quem for, e em que circunstancias for, tal alusão serve apenas para mencionar que na guerra AMBOS os contendores cometem crimes de toda a espécie, só pelo facto de ao “prestarem serviço a guerra já estão propensos a violações de vária índole”.

Os protagonistas de uma guerra, não o fazem atirando flores um para o outro, um não bombardeia com obuses e o outro com pães, tal como alguns ‘políticos bwé lixados’, hipócrita e maquiavelicamente pretendem fazer crer. Quanto muito, realço, assassinos são e estão nos dois lados que protagonizaram a guerra, imputar tal atributo a um dos lados ‘somente’, é intenção velada de irresponsavelmente desejar reacender a chama da guerra inflamando os espíritos, foi assim que aconteceu nos anos 1974-1975, utilizando a velha política “colonialista” de dividir para melhor reinar isto é semear a confusão.

Lição a reter: Os Bwé lixados são imutáveis, nunca mudam, será que se aplica a eles o ditado, “Burro velho não APRENDE língua!” isto não vê, não assimila os sinais de mudança dos tempos... Para eles o “muro de Berlim ainda divide o mundo político actual”.

APELO A PAZ E A CONCÓRDIA 

Recomendamos solene e vigorosamente (nós os Angolanos que estamos no ‘caldeirão’ o ‘capim’ que constitui 90% da população) a todos os “bwé lixados” ocultos algures em Luanda, Lobito, Lumbala Nguimbo, Lombe, Lucala, Lucusse, Libolo, Lubango ou na “fofa estranja”; Lisboa, Luxemburgo, Londres etc., estejam onde estiverem - “a pensarem Angola!”, e ao exercício da urbanidade, serenidade e Patriotismo mesmo distante (patriotismo não quer dizer lealdade ou subordinação a nenhuma ideologia, partido ou religião) e dizerem: NÃO! A instilação do ódio, rancor, raiva ou qualquer impulso negativo radical de qualquer ‘feitio’ e tentar botar “cá no caldeirão”.

Pensar Angola é pensar na PAZ (que se alcançou com muito custo e muito sangue de patriotas consequentes, de todas as vertentes politicas), Pensar Angola, é pensar nomeadamente na pacificação dos espíritos que quer dizer particularmente: “bwé lixados com o ÓDIO, a guerra, RANCOR e qualquer prática da violência!”

Lição: É com os olhos secos que se consegue vislumbrar o horizonte/FUTURO!
Conclusão; “Não a Guerra! – Guerra?! Nunca mais!”

Isomar Pedro Gomes