Lisboa - O director nacional de Investigação Criminal de Angola, Eugénio Pedro Alexandre, foi convocado - de emergência - a comparecer na Casa de Segurança (ex-Casa Militar) da Presidência da República na manha desta terça-feira (14), a fim de prestar esclarecimento sobre anomalias na instituição que dirige, com realce a alegadas contradições no processo Jorge Valério da Cruz “Tucho”.
Fonte: Club-k.net
Por causa do caso Jorge Valério
A mensagem da convocação lhe foi transmitida, na noite de segunda-feira (13) pelo ministro do Interior, Ângelo Viegas Tavares. O Chefe da Casa de Segurança da PR, general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", que seria uma das figuras a abordá-lo, não foi a tempo de vê-lo por ter sido despachado na manha desta terça-feira para Rússia, tendo o director da DNIC sido reencaminhado para o gabinete de um oficial general da presidência da República.
O caso Jorge Valério da Cruz “Tucho” esta relacionado com um jovem que teria sido morto em Luanda, em Outubro de 2012. Porém, informações chegadas a Presidência da República dão conta que a direcção da DNIC estaria a incorrer em anomalias como o uso de tortura para forçar confissões, tal como omissão de dados quanto ao processo.
Muito recentemente, o caso foi encaminhado para o Tribunal Provincial de Luanda. Porém, a cerca de dois dias, o procurador que acompanha este dossier mandou o processo de volta à DNIC por insuficiência de provas contra os detidos.
No seguimento de pressões a que estaria a ser sujeita, a direcção da DNIC apresentou na manha desta terça-feira António Niete, também conhecido por “Tocha”, ou KT, de 23 anos de idade, como suspeita do assassinato de Jorge Valério.
De acordo com o chefe de departamento de crimes selectivos da DNIC, superintende-chefe, Humberto Praty, o jovem teria sido preso na província do Kuando Kubango. Mas, durante os interrogatórios, ainda naquela província, o mesmo negou implicação na morte de Jorge Valério, mas terá simplesmente admitido que participou numa acção de roubo do telefone do mesmo e que teria fugido para o interior de Angola, após ter escutado na televisão depoimento dos seus amigos a lhe atribuírem todas responsabilidades pela execução do jovem “Tucho”.
Os outros elementos detidos foram presos e apresentados em Janeiro último. Até bem pouco tempo foi notado que aquela instituição de investigação criminal não tinha provas matérias do crime, e que terão apresentados três batuqueiros (ladrões de viaturas), moradores do Cazenga, como supostos executores do crime.
A versão de que a DNIC apresentou elementos que não tinham nada a ver com o assassinato de Jorge Valeiro, assemelha-se aos alertas da família do malogrado que em outras ocasiões revelaram a imprensa não acreditar na história das autoridades.
Uma das evidências esta nas declarações do executor João Mateus “Teodoro” (ver atentamente o vídeo em anexo) que ao falar a imprensa assumiu apenas que foi o seu grupo quem matou o jovem, com pedras e paus. Mas, por outro lado, diz que não foi o seu grupo que queimou e arrancou os olhos do cadáver. Porém, pelas imagens e respectivas autopsias, o malogrado apresentava sinais de queimaduras e com os olhos arrancados.