Madrid  - O Presidente Isaías Samakuva desenvolveu em Madrid uma intensa actividade de sensibilização da sociedade espanhola sobre a agudização do conflito social entre o Governo do Presidente José Eduardo dos Santos e o povo angolano.

Fonte: UNITA

“O povo sofre e o governo continua insensível ao sofrimento do povo. As parturientes têm de levar as luvas e as suturas de casa para irem dar à luz na maior maternidade do país. No Hospital Pediátrico, são colocadas duas ou três crianças na mesma cama. Há assassinatos políticos; há desaparecimentos de cidadãos críticos ao regime, que o governo não explica; o governo não consegue garantir a prestação de serviços públicos básicos como a água, luz e saneamento básico. Os governantes são os donos dos cartéis que manipulam os preços, promovem a pobreza e utilizam o poder público para combater os pobres” – explicou o Presidente Samakuva.


“Enquanto o povo sofre e subsiste com menos de $2.00 por dia, os governantes acumulam fortunas no estrangeiro. A filha do Presidente da República, por exemplo, foi declarada pela Revista Forbes como a mulher mais rica do continente”. 


“Como a justiça e os media também estão controlados pela ditadura do Presidente, o povo não tem tubos de escape para as suas frustrações...Angola transformou-se assim num autêntico barril de pólvora, que precisa de ser contido a todo o custo”.


“Sabemos que a comunidade internacional não conhece esta face da realidade angolana, porque o Governo impede a sua divulgação. Por isso, fizemos esta viagem para explicar à comunidade internacional, aos amigos de Angola, os perigos da falsa estabilidade que o país vive.

Saudamos os investimentos da Espanha em Angola, mas esta falsa estabilidade periga o sucesso de qualquer investimento. E a UNITA quer proteger os investimentos, quer que os investimentos prosperem, para o benefício de todos”.


Foi esta a mensagem que o Presidente Samakuva transmitiu ao Presidente do Senado espanhol, aos responsáveis do Governo e do Partido no poder pela política externa africana e de cooperação, à Comissão de Cooperação Internacional do Senado, ao Chefe da Secção Espanhola da Associação dos Parlamentares Europeus Para a África –AWEPA; a instituições da sociedade civil, a académicos e a homens de negócios, entidades que receberam o Presidente Samakuva nas últimas 48 horas.


A todos, o Presidente da UNITA, explicou claramente a posição das partes em conflito: de um lado, temos o governo que, por violar os direitos humanos, institucionalizar a corrupção, agredir a Constituição e governar contra o povo, estabeleceu um Estado de não-Direito e perdeu legitimidade. Esta conduta do governo legitima o exercício do direito de resistência pelo povo. Do outro lado, temos o povo, que é vítima das atrocidades do governo e diz que “Isto é demais. Chegou a hora para fazer a primavera angolana!....UNITA, de que lado estás? Do lado do povo, ou do lado dos opressores?” – Questionam-nos”.


“Estas posições das partes em conflito constituem elementos de pressão sobre a UNITA, que conhece bem quer a brutalidade do Governo, quer a fragilidade da maioria do Povo” - elucidou.


“Apesar da intensa pressão do Povo e das atrocidades do Governo contra o povo, a UNITA vai continuar a garantir a paz em Angola. A UNITA está do lado do povo e tudo fará para proteger o povo e garantir uma mudança pacífica e inclusiva, baseada em valores morais, sem vinganças nem ressentimentos. Uma mudança que proteja a dignidade de todos”.


“Angola precisa de negociar um Pacto de Estabilidade Nacional para garantir as reformas que a mudança reclama” – defendeu o Presidente Samakuva.


“Somos um país maduro, temos 47 anos de história e a UNITA está a dar passos seguros para a construção do ambiente institucional necessário para as reformas que Angola reclama. Pedimos à comunidade internacional que apoie esta fase da luta do povo angolano pela democracia, pela paz e pela estabilidade” – reafirmou o Presidente da UNITA.


À margem desses encontros, o Presidente Samakuva concedeu diversas entrevistas e visitou “a nossa casa” em Espanha, a Embaixada de Angola, onde manteve um diálogo cordial com o Embaixador Vítor Lima e outros altos funcionários do Estado angolano, que, tal como os demais, também serão protegidos e beneficiados pela mudança.

 

Madrid, 17 de Maio de 2013
O Porta-Voz da UNITA
Alcides Sakala