Brasil - Grande mesmo! Para quem é tão pequeno no mundo da decência  e da civilização a entrevista é gigantesca! Entrevistas ou discursos só têm o valor esperado quando vêm de alguém com propostas para oferecer algo novo; minimamente de alguém com uma mentalidade renovadora; de alguém que apresente postura em suas atitudes como o homem ou cidadão que se apresenta disposto a mudar tudo, e a fazer da teoria a prática e a ação do  nosso cotidiano. O discursante, o entrevistador, ou também  se quiserem –o Presidente da República-, não se enquadra nesse esquema. Ele é parte de uma et caterva que existe em função de fingirem o quão horando são, quando na verdade, não passam de uma quadrilha que nos vinte últimos anos andaram distorcendo fatos para   perpetuarem  o modo de governar que aí está.


Fonte: NELOdeCARVALHO/FACEBOOK

Entrevistado e entrevistadores corrompidos

Para alguém que está há trinta quatro anos no poder, dizendo a mesma coisa e acusando o colonialismo português, até dos erros que ele comete, acreditamos que não tem muito a dizer, nem argumentos a usar para convencer alguém. Quem pagaria um sujeito desse tipo para fazer os discursos enganadores que há mais de trinta anos vem fazendo?  Qual cérebro paciente prestaria tanto ouvido, num homem que em cada ato de sua locução é visto como cultuador  dos próprios vícios que vitimam o país em que todos vivemos?  Acreditar num “líder” como este é fazer parte da mesma  matilha, que vê no poder os restos de um conjunto de sobras esqueléticas a não ser largada nunca.

 

Para um governo, que sempre se fechou a tudo, está de parabéns. Só não entendemos que troca de moeda foi usada para que a quadrilha eduardista pudesse conseguir tal façanha, com êxito de gloria. Mais  do que aquele, a do  Agostinho Neto, declarando a independência  de Angola, perante  a África e o Mundo.

O que vai o nosso “querido” e atual presidente  de Angola declarar nessa entrevista, agora tão esperada? Vai declarar o fim da corrupção? É uma pena que isso não se possa fazer por decreto, por “demissão” ou exoneração, como andou fazendo ao longo desses trinta e quatro anos de governação desde que o mesmo chegou ao poder.

 

É uma pena que isso não se possa nem fazer num discurso. Pior ainda para quem não sabe nem discursar, ou até mentir  aos milhões de cabeças ocas  que compõe a população desse país. Só um  bêbado mesmo, aniquilado e predisposto a cochilar– e ainda preguiçoso mental-,  acreditaria num o discurso  do fim ou do início  da corrupção. E haja bêbados!

Gente decente, lúcida e convencida dos atos de bandidagem daqueles que governam o país há mais de trinta oito anos, verão na entrevista o circo montado pela Camorra, numa aldeiazinha da península italiana, em que o objetivo será distrair não só a pequena  população, mas uma vítima desavisada desta máfia encabeçada por José Eduardo dos Santos. A vítima? Todos nós povo angolano que não paramos de sonhar com o fim desse câncer herdados dos tempos da Guerra.

 

Ah...! Vai dar  a conhecer a comunidade internacional, de que tudo que há de desgraça em Angola: miséria, corrupção, paludismos, cólera, roubo  institucionalizado por aqueles que estão no poder, tráfico de influência que só enriquece os filhos do presidente, e transforma estes em vendedores de ovos da galinha de ouro; é tudo culpa do colonialismo português.

 

Cadê o Luís de Camões, o Vasgo da Gama, o Diogo Cão e a sua tropa? Vai acusar a essa turma de marujos ladrões  de serem os  culpados de distribuírem  a atual riqueza do país entre os  genros  e  os filhos? Para não dizer já dos Generais que aí existem  e que fizeram do país  uma Quinta ou Fazenda.

 

O cenário –entrevistado e entrevistadores corrompidos- é para lá de patético, comovedor e de por o coração de milhões de Angolanos a pulsar na garganta, sujeitos a infartos, e levar  a cada um dos pacientes nas  péssimas UTIs ( Unidade de Terapia Intensiva) que existem nesse país. Cuidado que não há  camas  para todos aí! Quanto mais enfermeiros e médicos!

 

Acho melhor mesmo, para quem tiver coragem, a melhor receita para escutar a entrevista do Presidente de Angola – o Presidente de todos os angolanos, que não quer deixar de sê-lo- é tomar  meia garrafa de uísque;  para os mais pobre capôrroto e   quimbombo também serve. Quanto mais melhor,  ao menos neutraliza o efeito da entrevista.

 

Depois disso, vem a ressaca, e para isso,  podem entrar no club-k e escutar as diferentes opiniões. Porque se depender do  Jornal de Angola, a TPA e a RNA,  quem se embebedou  com aquelas bebidas e com  o maldito discurso, vai morrer de ressaca.

 

Acreditem, no país da corrupção  agora os bandidos também vão a TV se justificar!