Namibe – Na província da Huíla, a polícia nacional está ser acusado de ter executado sumariamente – com vários tiros – seis jovens angolanos, não identificados, que supostamente praticavam diversos crimes (roubos e furtos com armas de fogo, ofensas corporais voluntárias e introdução em casas alheia), na cidade do Lubango e bairros periféricos.

Fonte: Club-k.net

A revelação foi feita no inicio desta semana à imprensa por Phil G, líder de um dos maiores grupos de malfeitor denominado “Os mil homens” que opera nas províncias de Cunene, Huíla e Namibe.

O denunciante que se encontra, neste preciso momento, detido numa das cadeias na província do Namibe, alega ter testemunhado ¬– in loco – a execução dos seis jovens praticada pelas autoridades policias na fenda de Tundavala, há escassos meses. “Eu vi a polícia a matar estes seis jovens e depois atiraram os seus corpos na fenda da Tundavala”, garantiu Phil G.

No entanto, a polícia – pelo que deu a entender – pretende lhe responsabilizar pelo desaparecimento destes e este refuta. “Como é que me culpabilizam pela morte desses jovens quando a própria polícia do Lubango sabe o quê que aconteceu?”, questionou Phil G, reforçando “foi a polícia que lhes matou, não eu”.

O líder dos “Mil Homens” admite apenas ter ajudado a polícia a localizar, e posteriormente, prender estes seis jovens a fim de ser responsabilizados pelos crimes de assaltos que praticavam.

O mesmo aponta ainda o actual director da Direcção Provincial de Investigação Criminal do Namibe, Fernando André, como um dos coniventes na execução sumário dos jovens. “Foi o senhor Fernando André (na altura director da DPIC Huíla) que me pediu que mostrasse os miúdos que fizeram assalto”, assegurou, adiantando que “a polícia andou a minha procura por causa deste crime que o ex-director da DPIC tem conhecimento que sou apenas testemunho dessa loucura de matar jovens na Tundavala”.

Phil-G admite ter colaborado em várias operações realizadas pelo Comando Provincial da Polícia Nacional da Huíla, denunciando outros marginais que praticavam diversos crimes. “Eu já cometi vários crimes, mas depois parei e me entreguei a polícia. Mais tarde comecei a prestar informações que resultaram nas detenções vários outros delinquentes que operavam no Lubango”, esclareceu.

De realçar que o líder foi apresentado pelas autoridades policiais locais, após uma micro operações realizadas de 04 a 10 do mês em curso. A detenção do mesmo foi antecedida de um assalto a uma loja de telemóveis, no bairro 5 de Abril, cujo proprietário (Lutete Jacinto) fora surpreendido na calada da noite, com a exigência de pagamento de 15 mil dólares americanos pelos meliantes, sob pena de ser abatido a tiro.

Na altura, Phil G se fazia acompanhar do seu “suposto” irmão de nome Miguel, e mais duas jovens, identificadas apenas por “Katia e Nadia” de 18 e 21 anos de idade respectivamente.