Lisboa  - Saudações. É com sentimento de insatisfação que remeto esta reclamação ao "Consulado Geral de Angola em Lisboa.

Fonte: Club-k.net

Sou Angolano, (nascido em Angola em 1982) resido (sempre residi) em Angola.  Funcionário público desde 2005. Meu trabalho normal é atender ao público diariamente; por isso o meu total desagrado e espanto ao assunto que abaixo exponho.

No dia 29.05.2012, por volta das 09h; dirigi-me ao Consulado Geral de Angola em Lisboa, para fazer o Registo Civil do meu filho que nasceu em Lisboa aos 02.05.2013. Onde julguei que por ser Angolano, teria um tratamento diferenciado.


O desagrado começou logo à porta de entrada onde eu, minha mulher (Portuguesa) e meu filho que tem menos de 1 mês de vida fomos revistados de tal forma nunca vista, (para mim um tanto desconfortável e constrangedora a revista na entrada) "Enfim coisas de Angolanos"


Em seguida foi o rapaz que solicitava os documentos para Scannear, com uma total arrogância no atendimento, que fiquei com a impressão que não estava no Consulado de Angola, ou que talvez não fosse bem-vindo ao consulado da minha terra.


Para dar continuidade ao meu espanto o atendimento do rapaz das cópias era exactamente igual ao da senhora que estava a vender os modelos, parei e pensei "esta deve ser uma má impressão de minha parte, ou deve-se ao facto de ser 4ª feira e o pessoal do atendimento estar mal disposto"


Lá decidi não ligar e aguardar que chamassem a minha senha para eu e minha mulher pudermos fazer o registo do bebe, (afinal era esta a única razão que me levava até a este local) Pensei comigo "estou cá de férias, isso não é Angola, por isso sem stress"


Sem muita demora foi chamada a minha senha, e lá me dirigi ao Balcão "17" da Triagem, onde fomos atendidos por uma rapariga que do nome só lembro "Vanda".


Fomos tratados com total falta de respeito e arrogância; tal foi logo sentida, no tom de voz da atendente e liguei logo o meu lado mais humilde possível, uma vez que já havia notado antes que seus colegas tinham o mesmo tom arrogante, mas, continuei em dúvida se de facto eu era Angolano e se estava mesmo em Lisboa no Consulado do meu País. Sendo este um consulado de Angola, acredito que trata-se de uma serviço publico e o atendimento aos cidadãos angolanos deve ser feito com total simpatia e respeito aos utentes que solicitam estes serviços. Achei estranho este comportamento porque não se justificava, a rapariga poderia ser mais simpática pois apercebeu-se que eu e a minha esposa não vivíamos em Portugal e que estávamos felizes, por estar ali para registar o nosso filho como cidadão Angolano uma vez que o mesmo já tem a nacionalidade da Mãe Portuguesa.


É totalmente desagradável quando estamos fora do nosso país e com situações para resolver e recorremos aquilo que supostamente poderá ser o nosso socorro num local em que nos sentimos completamente Angolanos, mas encontramos totalmente o oposto do que esperávamos e acabamos por ficar mais frustrados do que antes de procurar ajuda.


Penso cá com os meus botões:  Será normal terem jovens assim a fazer este tipo de serviço?

Será bom para imagem externa de Angola e consequentemente do nosso consulado terem este tipo de atendimento aos utentes?


Será que estas pessoas com quem falei estão preparadas devidamente para desempenhar este trabalho?


Será preciso tanta revista a entrada do consulado?


Será normal eu ser mal atendido no consulado geral do meu País?


Será que o Consulado tem mecanismos para tomar medidas, a evitar que situações do género voltem a acontecer?


Enfim...fico com muitas perguntas que acredito nunca terei respostas; porque afinal o consulado é uma célula de ANGOLA no estrangeiro, se em Angola o atendimento ao público não é dos melhores, porque seria diferente cá em Portugal?


Mais digo, que este consulado poderia ser um cartão de visita de Angola para os estrangeiros que querem visitar o nosso país. Este consulado poderia ser um Porto seguro para os angolanos que procuram os seus serviços uma vez que Portugal é o país que mais tem imigrantes angolanos.

Reforço, acredito que o atendimento ao utente do Consulado é um serviço público, que deve ser o espelho de Angola em Portugal e não mais um meio de denegrir a nossa imagem, porque acredito que muito fazemos (todos angolanos) para salvaguardar a boa imagem do nosso povo.


Se como Angolano (não residente em Portugal) fiquei e estou insatisfeito, imagino como estarão os estrangeiros, que solicitam os serviços do nosso consulado??!!!


Espero por qualquer pronunciamento de instâncias superiores e responsáveis do Ministério das Relações Exteriores de Angola e do Consulado Geral de Angola em Lisboa, para que situações como estas não se repitam.


Moral da Historia, já la vai quase um mês e não registei meu filho… E agora?

Sem outro assunto de momento, os meus melhores cumprimentos.

Anonimo