Luanda  -  O dia 21 de Junho vai ficar registado nos anais da história da juventude angolana, em meu entender pelas seguintes razões: primeiro porque o JES,  apesar da sua longa experiência política, claudicou inadvertidamente, aquando da sua  mais recente entrevista ou seja da sua terceira entrevista,  em 33 anos, no poder, tratou  os manifestantes que nunca foram superior a 300 elementos, de frustrados e sem sucesso académica e profissionalmente. 

Fonte: Club-k.net

Devo dizer que tive alguma dificuldade num primeiro momento em perceber os meandros do encontro de JES com os trinta jovens , porque os órgãos de imprensa que  estiveram a cobrir não foram felizes no que a esta oferta diz respeito, sobretudo a TPA, que podia nos oferecer esta oportunidade no Telejornal, teríamos a possibilidade de olhar nos olhos dos intervenientes,  prestar atenção na expressão facial dos mesmos,  neste capitulo, gostava de  fazer   uma ressalva para    RNA , que foi a mais bem sucedida neste domínio.

JES com este encontro, procurou fazer um tiro de correcção, pelo que  julgamos que a  intenção foi seguramente boa, é evidente que com este encontro, o titular do pode executivo angolano  capitalizou simbolicamente, apesar de que ainda não se pode dizer que se reconciliou com a franja mais atingida pelo tufão das suas palavras demolidoras a SIC, os frustrados mal sucedidos académica e profissionalmente, em meu entender,  JES teria  capitalizado muito mais  se os  organizadores do aludido encontro,   tivessem tido  a coragem de convidar os arautos do MR, teria sido a demonstração clara de uma  razoabilidade extraordinária. 

Quanto mais não seja, pelo facto deste grupo de pressão,  muitos deles salve melhor opinião , não terem conotação política activa, pelo menos os rostos mais salientes do MR, e porque sempre se mantiveram firmes nos seus propósitos, mesmo que eventualmente alguém possa questionar à autenticidade e verticalidade dos seus integrantes.

No momento da abertura do encontro, o Ministro da juventude e desportos, dentre outras coisas, pediu aos jovens para sonharem, por sua vez o presidente ao saudar os jovens, não deixou de bifar o seu subordinado, dizendo que já não é hora de sonhar, se calhar este bife tinha o condão de algum arejamento   jovial a encontro.

Depois coube ao arauto da JMPLA, fazer a sua merecida  intervenção, atendendo o facto de não ter dito quase nada de novo,    dispensamos  qualquer comentários a próposito, depois  foi a vez do secretário geral da JURA, fazer consumir o  seu espaço,  perante a  expectante o número um da  JURA e da juventude da CASA- CE,  disseram; comecemos com o  Nfuka Muzemba, que chamou atenção dos presentes dizendo claramente ao presidente a juventude está  a consumir bebidas alcoólicas de forma exagerada , do desaparecimento dos dois jovens no Cazenga Alves Kamulingue e Isaías Cassule, falou  da exclusão social  que a juventude que não está afecta ao partido no poder tem sido alvo, e falou igualmente  da situação dos manifestantes que têm sido alvo de repressão e  perseguição, pelo que o líder da JURA, apelou ao presidente que o seu executivo se  retrate neste domínio.


O líder da juventude da CASA-CE, falou da questão da reforma educativa, deixando transparecer que a juventude não é frustrada, e um dos exemplo é ele próprio que tem formação académica e que não percebe, porquê que se privilegia os nacionais e dá-se muitos privilégios aos técnicos estrangeiros em detrimento dos nacionais.

Outra nota curiosa é que o magnifico representante da juventude da JFNLA, dentre outras coisas e loisas, pediu casa para juventude, que coisa!

JES, por sua vez de forma descontraída respondeu cada uma das pergunta sobretudo as da juventude da UNITA e CASA-CE,    mas coisa menos coisa, disse que todas constituições modernas e democráticas prevêem às manifestações, e a nossa não podia fugir a regra, e reconheceu que se abre uma nova pagina na politica angolana,  no que abertura e o dialogo com a juventude  diz respeito, até porque só se manifesta quando não há abertura para o dialogo, negou a  existência de exclusão social, até porque segundo ele o exemplo é o processo de comercialização das casa no Kilamba, que não olhavam para as opções politicas ou ideológicas, sobre o desaparecimento do Kassule e  do Kamulingue, disse que o Ministro do interior já respondeu a esta questão e que a policia está investigar. Sobre a questão do líder juvenil da CASA-CE, o presidente respondeu que sobre a reforma educativa, a mono docência o Ministério da Educação tem outro entendimento sobre o assunto e que o processo de reforma vai na segunda fase tendo começado em 1978, e a segunda fase nos anos 90.   

Em meu entender o presidente fez muito bem em assumir que o seu governo virou uma nova pagina, na politica juvenil, quanto mais não seja, porque os métodos de actuação de estilo a governação a “ Ngola Kiluage” com repressão, a todo custo a quem se manifesta, a guisa de reivindicação dos seus direitos enquanto angolanos e filhos da pátria como escreveu o nosso escritor, cuja consequência indirecta é transformar ilustres desconhecidos em heróis.

Em suma felicito o senhor presidente da Republica, pelo tiro de correcção que deu, numa clara demonstração de que também sabe dar a mão a palmatória, e apelo a continuidade em actos similares, que haja coragem, de falar com a juventude mais representativa e expressiva deste país, sobretudo os não que se revêem no CNJ, que sabemos que vale o que vale, os destemidos arautos do MR,  é um dos  exemplos mais acabados do que dizemos aqui e agora.   


Cláudio Fortuna