Luanda - Pasme saber que a cada dia, vamos dando conta, que em vários sectores tanto da vida público, quanto privada, os quadros Angolanos, acabam sempre em posição de subordinação de algum estrangeiro, nas mais diversas areas, desde a Educação à Economia, do saneamento básico à Construção Civil,etc.


Fonte: Club-k.net

Não pretendo com este reparo, acima descrito, estender o manto da xenofobia ou do racismo contra os nossos irmãos estrangeiros. Pelo contrário, pretendo remover esse manto que vai cobrindo cada vez mais, o potêncial dos Angolanos em ascenção especialmente jovens que se formam ou que de alguma forma, ganham muita experiência de trabalho mas são marginalizados em detrimento da mão de obra expatriada. Desde as regálias, salários e postos ou categorias com pompas e circunstâncias. Neste caso, parece-me que quem está sofrendo de xenofobia “são os próprios Angolanos” por parte dos seus compatriotas.


Durante anos, talvés era necessário admitirmos essa realidade, que era sustentada com base na carência de quadros, falta de experiência dos nossos compátriotas e surgimento das novas tecnológias que sempre pesaram na hora de decidirem quem devia ser o quê, a nivel da gestão ou direcção das empresas privadas ou estatal.


Agora no seculo XXI, parece que a História não mudou e os Angolanos, continuam a serem vistos, como sem instrução, sem experiência e sem formação e esses discursos ecoam todos os dias, desde os gabinetes dos Magnatas Angolanos “se é que há” até aos mercados, dos palacetes até aos cassembres que uns em tom de desepero e outros em tom de desprezo, dizem “OS ANGOLANOS, NÃO SABEM NADA!”.


Vezes sem conta, vemos os patrões estrangeiros, “devidamente ensinados pelos chicos espertos Angolanos”, a dizerem essa frase, seja de forma directa ou indirecta, aos berros, xingamentos e ofensas morais, contra os empregados Angolanos, porque um dia aprenderam que “OS ANGOLANOS, NÃO SABEM NADA!” e ninguém, nem deputados, nem magistrados, ministros etc, velam ou demostram preocupação, pela forma como os seus compatriotas são tratados. Longe da imputação de culpa sobre aqueles que deviam inibir tais situações, acabamos ficando com a sensação que eles, não estão preocupados em cuidar dessas questões.


“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel. 1 Timóteo 5:8”


Esse monstro a cada dia, é ressuscitado na mente dos Angolanos. Dá até a sensação, que os estrangeiros que pisam o solo Angolano, para trabalharem, já nasceram sabendo tudo!


Não meus senhores! Ninguém nasce sabendo, todos os estrangeiros “expert” em muitos casos nem isso é, numa determinada Àrea, passaram numa determinada escola e vida prática, que os Angolanos também podem passar, caso sejam apoiados por aqueles que apoiam o estrangerismo.


Lamentavelmente a vinda de estrangeiros para trabalharem em Angola é um grande negócio de milhões de doláres, movimentados com base nos contratos assinado entre as partes e que ninguém está interessado em abrir mão deste negócio licito ou ilicito, não sei, porém prejudicial, para a ascensão dos quadros Angolanos que lutam a cada dia para melhorarem as suas vidas.


Mas também entende-se que um estrangeiro, que vem em busca do lucro fácil, em contratações fantoches sempre irá ocultar melhor um negócio ilicito, usando documentos legais como o caso dos contratos de trabalho, garantindo ao contratante, caso seja o dono do negócio o sigilo do valores envolvidos e caso seja somente contratante a garantia do famoso 10 ou 30% do valor do contrato.

 
É fácil ver a olho nú, que sempre somos opção de segunda, a menos que tenhamos algum tipo de parentesco com o A, B ou C. Angola continua à contratar, até jardineiros estrangeiros para cuidarem dos jardins, cozinheiros para cozinharem nos restaurantes e hoteis Angolanos, em casos que os Angolanos desempenham essas funções a diferença salárial é abismal, a pergunta que não se cala, é até quando veremos isso?