Luanda  - E aqui chegados, parece ter toda a gente sido apanhada de surpresa. A começar pelo Semanário Angolense. Habituados que estávamos todos a considerar os «nossos revús» uns meninos inocentinhos que até estavam a falar mesmo as nossas malambas no «nguvûlu» que «num nos liga», de repente fomos confrontados com notícias que as coisas não andam nada bem entre eles.

Fonte: Club-k.net

noticias de Angola celcoBastou rolar «kitâdi» entre eles, ou o cheiro do poder roçou as narinas dos mandões do sítio e rebentou o «bilu»: quem antes era «brada» agora é mulato, que ontem era «dread» agora é «bajula». Se antes o «mambu» era condições para estudar, agora a «dica» é «Zécutivo baza já».

E na dança das cadeiras de um discurso sem nexo ficam os juvens que um dia acreditaram que os ventos das arábias ainda refrescariam as suas esperanças que de idosas não têm nada, antes pelo contrário…

Dados nada desprezíveis, incluindo acusações de alguns lideres do MR apontam a UNITA como a responsável por esta reviravolta espectacular das aspirações dos «Revús»: o que está a bater agora é derrubar custe o que custar José Eduardo do Poder; criar uma confusão igual à da Tunísia, Síria, Líbia ou Egipto; chamar mediadores e criar um novo GURN.

Passar uma borracha por tudo o que construiu até agora, fazer de contas que a UNITA não levou o país não uma, mas duas vezes ao caos e esperar que desta vez fará melhor. E depois, na paz dos anjos, com os ianques mais uma vez escarrapachados no cocuruto das nossas riquezas, reescrever a história que já vimos noutros sítios.

«Em nome da Democracia, eu te autorizo a derrubar o Presidente que não gosto, o partido que não me dá «comichão» e a estabilidade que não tem nada a ver comigo… amém!

Tudo é legítimo desde que seja para alcançar o Poder. Aliás… se você estiver a se afogar, não olha a cor da mão que se lhe estender para o salvar».

Estivesse a UNITA caladinha no seu canto e instruísse as suas terceiras colunas no MR a dizer as suas verdades, ninguém daria pelo embuste. Atenção: o embuste não está em arregimentar os jovens para as suas fileiras, mas sim em usar o seu idealismo e romantismo para espatifar a própria Nação. Ficasse esse partido na retranca e a coisa ficaria por isso mesmo. O que não aconteceu.

Assustada que fosse descoberta, tirou da cartola o seu dirigente mais ingénuo. Alguém que, recém chegado das estranjas, necessitava de mostrar serviço. Coadjuvado por outros e outras que também precisam de mostrar serviço. E vai daí arvoraram-se em defensores de jovens que tiveram a hombridade de dizer que não encomendaram o servicinho. Para quê? Eles saberão dizer e prestar as devidas contas à História…

Quanto aos Revús fica o sempre presente ralhete pedagógico: Não vale a pena insultar mais velhos; isso aqui em África não funciona e só vos vai causar problemas. É por a sociedade reconhecer a vossa utilidade que se preocupa convosco. Não é porque esteja «disenteria nacional». E porque o futuro pertence mesmo aos jovens é que a sociedade e a media se bate para que sejam ouvidos e as vossas necessidades e aspirações sejam atendidas com prioridade.

Mas quem vos vai dar ouvidos se chamais aos outros jovens como vocês «candongueiros políticos» aos vossos concidadãos todos os nomes feios que vos ocorrem? Será que vocês são os únicos puros neste país. A prova que não é que, jovens como vocês vieram trazer os estatutos das amputações apesar do medo que a sua mão lhes fosse amputada.

Resumindo e concluindo. Se o discurso de Pedrowski Teca, Gaspar Luamba, Adolfo Pedro e até de Ermelinda Freitas for o que ouvimos nos últimos dias; se nos estatutos, mesmo em discussão admite-se sequer um castigo tão bárbaro; se para derrubar o poder instituído vale tudo, até cobras e lagartos; se toda a gente é uma peste, com excepção daqueles que se revêm neles (a UNITA incluída)… então ou a Nação está paiada e precisa urgentemente de ser refeita dos alicerces ao tecto… ou estamos perante potenciais elementos anti-sociais que assim mesmo devem ser tratados.