Luanda – Embora digam que não leiem o Club-K, mas porque infelizmente é muito dificil no nosso ministério das Relações Exteriores sermos ouvidos com respeito e dignidade, já para não dizer no palácio da Cidade Alta onde nem sequer temos acesso, reconforta-nos, porém, ter a oportunidade de passar a nossa mensagem por esta via, sabendo que quer queiram, quer não, todos, mas todos mesmo, leiem.

Fonte: Club-k.net

O título deste texto é bastante elucidativo para a elevada indignação que nos vai na alma, ao ouvirmos insistentemente aos quatro ventos desta casa os «mujimbus» em relação aos novos embaixadores que teimosamente os senhores Presidente da República e o nosso ministro equacionam nomear para ocupar algumas das nossas embaixadas, sobretudo em África, particularmente na Nigéria, Gabão, Marrocos e Côte d’Ivoire, para citarmos apenas estes países!

É tempo do senhor ministro Chicoty fazer vêr ao Presidente da República que os nossos generais – antigos combatentes – já emprestaram o seu saber e sacrifício ao país e, que agora devem é desfrutar da paz que nos assiste e irem vivendo sem mais agonias, sem grandes preocupações e exigências de trabalho e, deixarem os mais novos prosseguir e dignificarem luta que eles iniciaram em prol do nosso país.

É tempo do ministro Chicoty nos fazer dignificar e honrar mais a nós, quadros do Ministério das Relações Exteriores e, não fazer-nos servir apenas de «capachos» desses embaixadores/generais e ex-ministros, ou mais propriamente, se servimos para exercer interinamente a direcção das embaixadas quando esses embaixadores praticamente abandonam os seus postos de trabalho para irem «passear» ou vão para Londres em «tratamento médico» por longos períodos de tempo com tudo pago levando até envelopes de «despesas de representação ou de despesas extraordinárias» enquanto os seus salários vão acomulando, achamos que também temos capacidade de assumir as Embaixadas como Embaixadores de facto!

Então porquê que o ministro Chicoty não toma coragem em sugerir ao Presidente da República nomear esses que por muitas vezes assumem as embaixadas como encarregados de negócios a. i. que hoje alguns são ministros Conselheiros e outros conselheiros, como o fez á tempos atrás o embaixador Elísio de Figueiredo, na Singapura, que teve a hombridade e a coragem em reconhecer o trabalho e a capacidade do seu ministro Conselheiro Flávio Fonseca de Carvalho, tendo este sido nomeado embaixador nesse país??? (também só alguns, honestamente nem todos são merecedores)

Nos últimos dias não paramos de ir ouvindo aqui pelos corredores do nosso edifício os nomes dos generais, de ex-ministros e ex-governadores provinciais que eventualmente estão ou virão a estar indicados como embaixadores, por exemplo: general Pedro Sebastião para a Nigéria, general Benigno Vieira Lopes «Ingo» este velho, cansado, doente e antigo combatente para Marrocos, a antiga governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santo «Tia Chica» para o Gabão, etc.

Também temos vindo a assistir ás lutas de bastidores que alguns dos actuais embaixadores vão fazendo para serem transferidos, (para o país não querem vire les) como por exemplo o mais velho Emílio Guerra que pretende sair da RDC, o mais velho e cansado Toka que quer sair da Argélia, (foi para aquele país contra a vontade e sob ultimato), o nosso colega Toko Serão que está cansado de estar na Sérvia e se diz sub-aproveitado naquele país, o velho e vaidoso Ismael Martins que por nada desta vida nem por sombras quer sair de Nova Iorque (diz que ele e a tia Lili (sua esposa intrometida nos assuntos da Missão Permanente) é que tem que inaugurar a nova residência oficial do embaixador) e se tiver que sair não quer deixar os EUA pretendendo substituir o já velho, cansado, improdutivo, complicado, mal educado e doente Kabulo em Washington, enfim muita agitação, com tanta velharia que já não dá uma para a caixa, a única coisa que fazem é desestabilizar o trabalho nas embaixadas.

Á outras embaixadas que também merecem grande atenção, uma vez que os embaixadores permanecem mais tempo aqui no país do que no seu local de trabalho, como por exemplo o mais velho e cansado Kito Rodrigues, da Namíbia, o mais velho e «bangão» Hermínio Escórcio, da Argentina, o general Alberto Correia Neto, da Alemanha, o Dr. Aragão, de Marrocos (felizmente já tem outro poiso fora da diplomacia e, julgamos que já regressou ao país – enquanto embaixador via-mo-lo mais aqui em Luanda e, esteve longos meses internado no Brasil), o «empresário» Victor Lima, da Espanha, o «pára-quedista na nossa Diplomacia» Miguel Costa, da França, só para citar estes. Se por vários motivos pessoais ou «empresariais» têm tanta vontade de estar por cá, porque não pedem a aposentação e deixam o lugar aos mais novos?

Ministro Chikoty e senhor Presidente, por favor, disciplinem isto com mais veemência porque assim não dá! Aliás, sabemos que o senhor Ministro a pouco tempo enviou uma circular para todos os embaixadores advertindo-os que só podem vira o país com sua expressa autorização, mas…

Finalmente, pedimos um pouco mais de respeito por nós e, pela nossa diplomacia!        

Luanda, Julho 2013

Funcionários do MIREX