Os 28 anos de Chefe de Estado, deram ao JES a possibilidade de farejar o perigo e conseguir ludibriar a oposição angolana e os membros do seu governo sempre que achar conveniente, de uma forma que poucos conseguiriam fazê-lo.

Atendendo a forma como o PR está a gerir o conflito na República Democrática do Congo (RDC), com apelos de Nicola Sarcozy a mistura, achei conveniente fazer um passeio pela sua maneira de administrar a política externa, proporcionando aos internautas a possibilidade de conhecerem um pouco as tácticas que ele utiliza para resolver problemas internos e externos.

Penso que o caro leitor estará a se perguntar quantos anos tenho e onde absolve tanta experiencia para se predispor a fazer uma análise sobre os "truques" de alguém que há está a tanto tempo no poder. Bom, acho que a idade é fundamental, mas (mesmo não querendo com julgar o verbo Obamar, que esta agora na moda) o importante é o tempo que venho acompanhando os seus passos. A minha idade é até inferior aos anos que ele tem de governação.

A posição publicamente assumida pelo Chefe de Estado angolano, ao tornar público a resposta à solicitação do Presidente Joseph Kabila, através de um comunicado de imprensa rubricado pelo ministro das Relações Exteriores, Assunção dos Anjos, deve ser vista em dois ângulos; o primeiro aventa-se a possibilidade de (pouco provável) que o JES cansou-se de socorrer o seu homólogo Congolês, atendendo a complexidade do conflito interno que não se sabe onde poderá chegar. A segunda possibilidade é que este anúncio foi tornado público de forma estratégia para não ter que pedir autorização ao Parlamento.

Atendendo à situação actual em que o país se encontra, caso o PR quisesse movimentar o exército para aquela região, teria de ter o consentimento da Assembleia Nacional conforme está estipulado na Lei Constitucional. O que é uma das coisas que ele detesta fazer.

Na altura da invasão dos Estados Unidos da América ao Iraque, em 2003, os jornais internacionais divulgaram a informação que o Presidente angolano garantiu o apoio do seu país, mas este não pronunciou-se internamente sobre o assunto e chamado pelos parlamentares, os seus serviço de apoio divulgou um comunicado dizendo que o mesmo era contra a invasão.

Neste particular, considero de suma importância esclarecer, que em termos de políticas externas, os estudiosos das Relações Internacionais advogam que o Chefe de Estado pode não declarar a decisão do envio de tropas ao exterior, no caso de as mesmas estarem a cumprir uma missão com o carisma de "segredo de estado". Apesar de o MPLA ter maior acento Parlamentar e dada a experiência dos deputados recém-nomeados, o que lhe facilitaria conseguir o aval, mas provocaria discorda da parte da oposição o que não seria saudável para a sua candidatura as eleições Presidências de 2009, JES terá optado por movimentá-las secretamente.

Prova disso, foram os anúncios do funcionário da ONU e do líder do exército rebeldes, antigo general Tutsi Laurent Nkunda, que revelam a existência de tropas angolanas à combaterem ao lado do exército da RDC na zona de Goma, capital do Kivu-Norte, perto da fronteira com Ruanda. Não ignorando a possibilidade deste país estar à apoiar os rebeldes.

De acordo com cálculos que se predispus a fazer, o envio de tropas angolanas aconteceram seis dias depois de Eduardo dos Santos ter recebido a solicitação formal do seu homólogo Kabila, apresentada pelo seu emissário, Raymond Tshibanda. Estou tão certo disso tanto quanto, sei que o PR nomeará Aguinaldo Jaime presidente do Conselho de Administração da Agencia Nacional de Investimento Privado (ANIP). Abordarei este assunto na próxima ocasião. 


Motivos do namoro. Existem muitos motivos que levariam o Presidente Eduardo dos Santos a intrometer-se no conflito interno daquele país dos Grandes Lagos, entre eles (como já é do conhecimento público) o facto de os dois países partilharem uma fronteira comum que ultrapassa os 3.000 km. Razão pela qual, Angola tem todo o interesse em contribuir de forma directa para que seja estabelecida a paz.

O "namorico" entre os Presidentes Eduardo dos Santos e Joseph Kabila remonta a vários anos e só foi graças a esta relação que as FAA conseguiram capturar e matar Jonas Savimbe. Embora não tenha sido assumido publicamente por se tratar na altura "segredo de Estado", Joseph Kabila cedeu na altura o seu território para que o exército angolano entrasse por lá e fizesse emboscada as tropas do líder histórico da Unita. Até pouco tempo atrás, os jornais privados angolanos denunciavam a existência de efectivos das FAA no conflito Congolês, ao lado do Presidente Kabila.

Vagueando ainda pela história das relações existente entre ambos, recordo que foi na RDC que Angola iniciou o modelo de formação de "ninjas" e de efectivos militares, posteriormente adaptado por outros países como São Tomé, Guiné Equatorial e Guiné-bissau. É por tudo isso e muito mais que não acredito que o JES ludibriou mais uma vez o Parlamento e a sociedade civil angolana e está a socorrer àquele homem que já lhe foi útil alguma vez.

Recordo que, depois de ser recebido pelo Chefe de Estado, o emissário de Kabila, Raymond Tshibanda, mostrou-se bastante confiante que o seu país contaria com o apoio de Eduardo dos Santos para resolver tal problema. Apesar deste disser ser apenas de domínio do PR e dos homens da secreta, as pessoas mais atentas que vêm acompanhado a sua forma de actuação, certamente já terão dado conta que o comunicado torno público pelo governo não passa de uma das tácticas utilizadas do Zedú.

Divide este artigo em duas partes e na próxima, caso houver a aprovação deste da parte dos leitores, pretendo abordar as tácticas utilizadas para a política doméstica.  

Fonte: Club-k.net