Cabinda – Ontem, 31 Julho de 2013, alertado por um antigo colega que havia um artigo interessante no portal noticioso "Club K", li os lamentos, tristeza e inquietações do meu irmão Paulo Ndombele Padiki, com artigo intitulado “O grande tribalismo em Cabinda”. Meu irmão Paulo Ndombele Pakidi, não tenho nada contra ti, não o conheço, nem o Senhor a mim, mas permita-me esclarecer algumas inverdades patentes na sua publicação.

Fonte: Club-k.net
Irmão, os bawoios não são os culpados nas nomeações de governadores, de directores provinciais ou secretários em Cabinda, tudo caminha de acordo com o novo paradigma que tomou um rumo incontrolável, “segundo orientações superiores”, porque a Senhora Aldina da Lomba está cumprir e fazer cumprir orientações que lhe são dadas, aí está o empecilho.

Na minha modesta forma de pensar, o Senhor Padiki deveria ter coragem de entregar pessoalmente essa reclamação a Senhora Governadora de Cabinda, Aldina da Lomba e ao secretário-geral do MPLA, senhor Dino Matross, aí veríamos o processo da sua nomeação acelerado.

A evolução e o acesso às novas tecnologias de informação permitem que sejamos bombardeados de informações e de falsas informações. É difícil distinguir as distorções da realidade. Segundo o Alvin Toffer, no seu livro “Os Novos Poderes” – Edição “Livros do Brasil”, Lisboa, resume algumas variedades de manipulações.

Nesse caso, meu amado usa “A Táctica Nebulosa”, que consiste em “lançar uma grande quantidade de boatos nebulosos, de mistura com alguns factos genuínos, para que os destinatários não saibam distinguir os últimos dos primeiros”. Esse povo é esclarecido, não se deixa levar em nada.   

Permita-me, igualmente, dizer-lhe que ninguém é extraterrestre tanto em Cabinda e como fora, essa táctica é antiga, dividir para melhor reinar, mostrar que entre os bawoios, baiombes ou balinge não existe entendimento. Eu acho que a vida das pessoas não poder limitar-se nas nomeações, ser chefe disto ou daquilo, mesmo quando as tais pessoas não reúnam requisitos para efeito. Peço-lhe que espera as autarquias, enquanto vivermos das nomeações, aguenta.

Aliás, nos nossos tempos o anormal passou a ser normal, a “promoção de incompetência” em detrimento da competência, fala mais alto, a título do exemplo, quem nomeou Mawete João Baptista, são os Bawoios? Não. Não tenho nada contra ele. O que se sabe até agora, quem nomeia e exonera, é o Presidente da República. Que culpa têm os bawoios?

Mawete foi o único governador não nativo de Cabinda, mas nos últimos dias do seu consolado foi contestado internamente. Pelo que li, dei conta que Senhor Pakidi domina os meandros partido MPLA em Cabinda, leva os seus lamentos no círculo partidário, se é que terás fibra para aguentar este fardo, onde os dinossauros do partido ficarão tristes consigo e será o fim do seu império como militante, pois, “roupa suja, lava-se em casa”.

No, entanto, existem questões do fundo, históricas e lúcidas que o irmão Padiki deveria questionar, como por exemplo, da mudança do dia da cidade de Cabinda, que antes era celebrado em 1 de Fevereiro de cada ano, em consonância ao 1 de Fevereiro de 1885, data de assinatura do Tratado do Simulambuco, Cabinda foi reconhecido oficialmente como protectorado português, agora as festas da cidade de Cabinda passaram a ser celebradas aos 28 de Maio de cada ano.

Senhor Paulo Ndombele Padiki deveria igualmente, solicitar a direcção da TPA, a alteração do indicativo de “Fyote” ao “Ibinda”, porque o termo Fyote é pejurativo, significa (preto, ou negro).

O grande tribalismo em Cabinda que fazes referência é um falso alarme. Para os estudiosos que acreditam nessa falsidade são os míopes e estáticos no tempo e espaço, porque o verdadeiro intelectual não chora e nem espera, ou reclama pelas nomeações que são feitas, é consultado antepadamente, às vezes não se importa a capacidade intelectual, como uns dizem “não conta estudar muito”, que tamanha infelicidade!

Eu sou bawoio da aldeia do Yabi, a minha esposa é da tribo baiombe. Os meus amigos Francisco Mateus Lundi - TPA Cabinda, Joaquim Zau Suami Mavungo – Jornal de Angola, Prof. Sancho, Mestre David Macaia, Comunicólogo Alexandre Macanca, Bonifácio Nhambi, João António Bachi, o Linguista Casimiro Muel Zau, Capita João, sem qualquer ressentimento, são jovens intelectuais oriundos da tribo baiombe, com os quais tenho uma boa relação de amizade, independentemente das nossas diferenças de opiniões e de convicções ideológicas.

O tribalismo que o Senhor Pakidi faz referência, trata-se do tribalismo no seio do partido MPLA em Cabinda, esse não é assunto para se espalhar aos quatro cantos do mundo como sendo uma enfermidade que assola Cabinda no geral. O tribalismo em Cabinda, no Huambo, na Huíla, no Moxico ou numa outra cidade é um acto baixo e condenável, vamos escrever temas que nos unem não os que nos separam, porque os aproveitadores estão atentos as nossas fraquezas.

Com toda humildade e honestidade cientifica, mando um abraço do Miconje ao Yema e do Zenze Lucula à Massabi, em especial ao meu irmão Paulo Ndombele Padiki, MBOTE!

*Licenciado em Ciências da Comunicação