Lisboa - Instalou-se entre os quadros da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), em Angola, um sentimento de retaliação/vingança e ameaças de linchamento, por parte de uma corrente interna que acusa a outra de “abuso do poder” para cometer irregularidades e prender colegas com quem tem desentendimentos.

Fonte: Club-k.net

No mês passado um polícia da UPIP, Claúdio António “Ndela”, que teve um desentendimento com um colega da DNIC desapareceu misteriosamente. Os vizinhos dizem que foi raptado, no dia 12 de Junho, no bairro Futungo, por um agente da DNIC identificado apenas por “Comandante Lola”.

Cláudio “Ndela” foi raptado com um outro amigo, Adilson Panela Gregório “Belucho”, aos olhos dos populares da zona. As famílias enviaram uma carta ao director da DNIC, Eugénio Alexandre, expondo o assunto. Mas, até agora, sem garantias sobre o seu paradeiro.

Desde esta data, notou-se que dentre os quadros da DNIC, o sentimento de revolta voltou alastrou-se, mas desta vez contra o chefe de investigação criminal de Viana, inspector Pedro Francisco António Segunda, vulgo “Lito Chuva”, a quem os seus adversários internos acusam-no de praticas indecorosas e de usar o seu poder para prender adversários. Gaba-se ser da confiança do director provincial da DPIC de Luanda, António Pedro Amaro Neto.

Há duas semanas atrás o inspector Pedro Segunda mandou prender um colega de nome Carlos Bruno Salgueira Francisco “Bruno Nança” com quem teve um mal entendido. “Bruno Nança” é investigador da 5ª esquadra da divisão da Maianga. O seu colega de Viana acusa-lhe de ter assaltado 300 mil dólares no banco BCI (agência do Calemba II).

A versão de que a prisão de “Bruno Nança” (que agora se encontra na cadeia de Viana) terá sido uma cabala, é apoiada no seguintes pontos a saber:

- A gerência do BCI e os seguranças não confirmam ocorrência de assaltos no dia 26 de Julho de 2013, conforme a acusação;

- Na data que se alega ter ocorrido o suposto assalto, “Bruno Nança” encontrava-se na rua do Fundão, Nelito Soares na companhia de um amigo identificado apenas por Flávio;

- O inspector Pedro Segunda “Lito Chuva” alega que “Bruno Nança” assaltou o banco com um amigo de nome Mário Soares e que foi denunciado por uma ex- namorada identificada por “Mila”. (Mário foi solto sob pretexto de não haver provas contra o mesmo).

- Baseando-se em historial de assaltos em bancos, os investigadores da DNIC alegam ser quase impossível um ou dois elementos assaltarem um banco. Segundo os mesmos, os assaltos de bancos são geralmente perpetrado por um grupo de pelo menos quatro indivíduos e estes contam sempre com um motorista para ajudar na hora da fuga.

Nas argumentações da “corrente indignada” da DNIC, sobressai desabafos segundo as quais no tempo do “comandante Cerqueira não se prendia um polícia sem investigação”. Face, a este ambiente de desordem e prisões entre colegas, há receios de que elementos da linha de inspector Pedro Segunda venha a ter a sua própria segurança pessoal em risco devido aos excessos que o acusam andar a cometer.