Luanda - A China continua a ser um dos principais aliados de África, com o objectivo de alargar a sua influência política e económica neste continente, Pequim tem financiado vários projectos, e responsável na construção e reconstrução de infra-estruturas em países que, em troca, contratam empresas chinesas ou se tornam importantes fornecedores de recursos naturais para aquele país asiático.

Fonte: Club-k.net

Cálculos de algumas organizações internacionais, indicam que em dez anos a China investiu mais 75 biliões de dólares em projectos de ajuda e desenvolvimento, cuja intenção é assegurar o seu poder influênciador em África.


No total, revelam pesquisas, foram reunidos mais de 1000 projectos em 51 países entre 2000 e 2011. Os países que reúnem o maior número de iniciativas financiadas pela China são a Etiópia(159), Gana(195), Quénia(151), Sudão(164), Zâmbia(167) e Zimbábue (295).

Os números espelham também que em termos de volumes de negócios, os sectores da Construção,telecomunicações, saúde, educação e energia lideram as preferências de Pequim,com um investimento que ronda os 16,6 mil milhões de dólares.


Angola e Moçambique receberam financiamento chinês de 91 e 130 projectos cada tendo em conta a presença e o interesse brasileiro nos respectivos países. O Brasil vem mostrando a sua influencia em África desde o final da guerra Fria, como que querendo ocupar um vazio deixado pelos Estados Unidos de América no tabuleiro de influencias geopolíticas .


Caso de Angola


Por cá, desde 2004, que a China se situa como principal investidor estrangeiro em Angola, proporcionando linhas de crédito ao país que em contrapartida é um dos maiores exportadores de petróleo em África e o seu principal fornecedor. Contudo, os valores dos empréstimos nunca foram oficialmente revelados quer pelo país credor (doador) quer pelo devedor (doado).

As relações China/Angola datam de há 30 anos quando esses dois países firmaram os primeiros contactos diplomáticos e de cooperação nos domínios da economia, educação, defesa, construção, saúde, telecomunicações e educação.

Também não se deve descartar os ganhos que essas trocas comerciais trouxeram a Angola depois que alcançou a paz em 2002, uma vez que o Ocidente fez ouvido de mercador depois do anúncio da conferência internacional de doares que Angola gostaria de ver realizada e que não se concretizou, catapultando Pequim para um espaço novo e cheio de oportunidades.

O embaixador Chinês acreditado em Angola, Gao Kexiang, disse em várias entrevistas que concedeu à imprensa que as trocas comerciais sino-angolanas, em 2012, atingiram os 17 mil milhões de euros. Para questionar ficam as modalidades com que Pequim abre os cordões à bolsa para Luanda.

Contudo, fazedores de opinião, desconfiam que o empréstimo chinês à Angola andarão a rondar entre 15 a 20 mil milhões de dólares, “esse deve ser o montante de que se fala, e que nem todos os créditos são pagos por petróleo".


A CITIC, CIF e SHINODRUX são as principais empresas chinesas, que em Angola estão engajadas na construção e reconstrução de estradas, linhas férreas, barragens, aeroportos, hospitais, subestações eléctricas para o incrível que pareça até arruamento de avenidas.


Nas obras, a mão-de-obra é toda chinesa, os nacionais são relegados para o segundo plano, ou seja, ao lugar de ajudante, sem no entanto, se aferir se houve ou não um concurso público nacional ou internacional. Coloca-se a seguinte questão: Qual é o critério de selecção das empresas chinesas que adjudicam obras no território pátrio angolano?


Pelo que se sabe de fontes entendidas, o acordo prevê que dos 100% da cooperação 30% das obras seriam adjudicadas por empresas angolanas, não o que se nota. Será que os governos africanos são sérios nos acordos que firmam com Pequim?


As obras feitas por chineses são de pouca duração e abundam exemplos como o Hospital Geral de Luanda que custou milhões de dólares dos cofres do estado angolano onde todos somos contribuintes e que em pouco tempo, começou a apresentar fissuras graves que levaram ao seu encerramento pelas mesmas autoridades envolvidas nestes contratos. Ali ninguém questiona ninguém, pelo que se saiba .

Para os entendidos na matéria, a China é o principal cliente em matéria de importação de petróleo angolano e continua a ganhar espaço como maior fornecedor de empréstimos bancários cujos contratos nunca foram do domínio público.

A falta de transparência nos negócios sino-angolanos, também é outra questão que preocupa vários analistas, que investigam a influência política e económica da China em Angola, segundo os peritos. Entretanto, não existem duvidas de que se desenvolvem relações fortes a traduzirem um colapso em relação as tradicionais relações com o Leste criado pela Guerra Fria e até mesmo com o Ocidente de que pontificam os Estados Unidos de América, famosos neste tipo de dossier por causa do Plano Marshall. Afinal não existem receitas fixas para diferentes assuntos, mas quais serão as implicações que esses acordos trarão para Angola e para a África?

Poderá a China com a sua super população mudar os termos da cooperação internacional sem desequilibrar o seu crescimento e a noção que se tem de desenvolvimento?.Enquanto leigo nestas lides fico só por aqui antes mesmo que tudo seja só um ensaio das grandes potencias do nosso tempo

Francisco Paulo