Luanda - A Rússia anunciou a libertação do financiamento necessário, 37 mil milhões de kuanzas (286,2 milhões de euros), para o arranque da construção do primeiro satélite de Angola (Angosat), disse fonte diplomática russa em Luanda. O anúncio foi feito pelo embaixador Dmitri Lobach, à margem do segundo fórum de negócios Angola/Rússia, encerrado quinta-feira em Luanda.

Fonte: Lusa/SOL

O Angosat, projeto a cargo de um consórcio russo e com lançamento inicialmente previsto para 2015, deverá estar concluído e lançado apenas em 2016, devido ao atraso no seu financiamento, anunciado originalmente em dezembro de 2012.

Segundo o diplomata russo, o financiamento foi feito através do Ruseximbank, banco público russo.

Em dezembro de 2012, o financiamento russo foi anunciado como sendo da responsabilidade dos bancos Ruseximbank e VTB.

"Que eu saiba esse processo vai levar dois a três anos, tendo em conta as fases de construção, lançamento do satélite e de construção dos centros de operações, que serão dois, sendo um em Moscovo e outro em Luanda", referiu Dmitri Lobach, citado pela agência Angop.

O embaixador russo adiantou ainda que numa primeira fase os gestores do satélite vão trabalhar no centro de Moscovo, para que os angolanos ganhem alguma experiência e formação, para a operação do satélite na capital angolana.

A construção do Angosat está a cargo de um consórcio russo liderado pela RSC.

Com a entrada em funcionamento deste satélite, Angola vai fornecer serviços de suporte às telecomunicações eletrónicas, incluindo a prestação de serviços em banda larga e de televisão.

O Angosat terá um período de vida de 15 anos e possui 22 "transponders", dispositivos de comunicação eletrónica, e o projeto inclui a criação de duas estações de rastreio, em Angola e na Rússia.

Na cerimónia formal de lançamento das obras, em dezembro de 2012, o secretário de Estado angolano das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Alcides Safeca, disse que o Angosat marca a entrada de Angola "numa nova era das telecomunicações, o que pressupõe a condução de um programa espacial que inclua, futuramente, o lançamento de satélites subsequentes".

"Estas estações permitem uma intervenção russa no controlo e comando do satélite, sempre que se mostre necessário, enquanto Angola cria autonomia neste domínio", disse na altura Alcides Safeca, acrescentando que o Angosat vai ter uma utilização de 99,2% da capacidade prevista.