Luanda – Nos dias de hoje, vive-se em Angola um vírus de um carnaval fora de época onde os políticos, líderes de associações, entidades religiosas e jovens famintos falam daqui e acolá do diálogo juvenil como forma de um protagonismo politico ou até de estar muito perto do dEuS todo-poderoso.

Fonte: Club-k.net
Se o objectivo é de elevar o nível de consciência e de participação dos jovens na vida pública é bem-vindo este diálogo mas desde que seja inclusivo e trague resultados visíveis em benefício dos auscultados.

É que a impressão com que ficamos ao ver estes politicus auxiliados pela impressa pública como a TPA, RNA, ANGOP e o panfleto publicitário partidário (JORNAL de ANGOLA), remete-nos à uma anamnese e um certo cepticismo sobre a seriedade em que se encaram os problemas que afectam a nossa sociedade.

Por outro lado, me parece que a república de Angola teve a sua independência no mês de Julho de 2013 para que o propalado diálogo juvenil tivesse lugar este mês como forma de colocar o comboio nos seus verdadeiros carris para não descarrilar e provocar o tombamento nacional se diz na gíria brasileira.

Por amor de Deus! Sejamos sérios e até vergonhosos ao tratar estes jovens de “frustrados”ou até “sem norte” que ontem foram futuro da nação.

A questão que se coloca é a seguinte:

1. Será que o governo ontem e hoje Executivo desconhece o país que governa a 38 anos?

Tantas e outras questões que devíamos aqui colocar. Mas a novidade mesmo foi que quando cheguei a casa, encontrei o meu filho a brincar com um dos seus livros Capuchinho Vermelho ao julgar que fosse meu, dei-lhe berros e de imediato ordenei-o que levasse para a estante, saiu de lá muito triste e foi ter com a sua mãe dizendo: “ Mamã, diz ao papá para ter a cultura do diálogo, se não nunca vamos entender-nos. “

2. Será que meu filho sabia o que estava dizer?
3. Ou a palavra diálogo foi banalizada pelos políticus da nova vaga?

Certo dia, em conversa com um amigo, falava-me que as novas pontes, hospitais, as estradas, as escolas e tantos outros bens públicos, são ganhos da paz.

A pergunta é a seguinte: A pobreza, a fome, o desemprego, as propinas altas, o caso Kamulingue e Kassule, os jovens do movimento revolucionário, em fim… collant’ s (colãs) xuxuados. São ganhos de quê?

Não sou contra este diálogo, o meu problema é como está a ser realizado e que tipo de jovens a participar dele. Por outro lado, há jovens que desde que foram empregues nunca nem se quer receberam os seus ordenados.

Acho que o problema da juventude merece ser visto com precisão e muita responsabilidade porque é um problema da nação.

Quase que virou moda no país marchas daqui e acolá, uns em apoio ao diálogo com a juventude e outras em saudação ao aniversário do idolatrado dEuS angolano expressando uma clara bajulação em plenas ruas das cidades.

Há pessoas que chegam de pensar que todos jovens fossem do MPLA e quando estes que nem peixe são e nem carne também são, vivem uma retaliação em todo que é canto de vida. Caso mais caricato, foi quando um dos jovens disse-me que a militância define a cidadania.

Olhei de maneira preocupada para ele e disse-lhe: Nenhuma parte do mundo a militância define a cidadania nem mesmo na china. Mas também compreendi que o jovem não é culpado. Se partidos fossem eternos estávamos fritos com o MPLA, como dizia o colega da fau.

Ainda bem que não somos imortais ai está a nossa salvação. Mas outra pergunta surge. Que tipo de jovens teremos dentro de alguns anos?

Meus amigos reflictam para estas poucas linhas de pensamento porque a minha pobre mente cansou-se voltarei com a mesma temática como complemento desta tese.